Foto: Baixaki
Seis horas - este é o espaço de tempo que o ônibus gasta para ir de São Paulo até Curitiba.
Passei estas ditas seis horas andando pela primeira vez em um ônibus de seis andares, e cheio de busólogos que compraram a passagem no mesmo horário e pelo mesmo motivo participar da 5ª Exponi - Exposição de ônibus novos e antigos que ocorreria na capital paranaense. Esse povo sem querer me tirou a oportunidade de aceitar o convite da Daiane do Santos para viajar no mesmo horário que ela.
Mesmo andando num ônibus cheio de macho viajei do lado de uma menina, a Yasmin,que conheci por ocasião da viagem. A mesma estava indo para Curitiba, segundo ela, para aceitar um pedido de casamento feito pelo namorado. Aos 16 anos. E o pretendente é 13 anos mais velho.
Bom, não sou contra, muito pelo contrário. Se ela estiver segura e amar de verdade o felizardo ela faz muito bem em seguir em frente.
Voltando ao que interessa. Sim, seis horas. Se vocês leram o post falando sobre a passagem por São Paulo leram que eu saí às 22:15. Portanto a chegada foi um pouco após às 04 da manhã(!). Pense num sono, meus colegas saíram feito loucos tirando foto de todos os ônibus que apareciam pela frente - poucos devido ao horário - mas admiro a valentia dos meus colegas porque na hora só pensava em cochilar.
* Fato importante, em breve farei um texto explicando aos menos familiarizados o que é a busologia. Enquanto isso fiquem com esta referência na Wikipédia.
Assim que o sol deu as caras, lutei contra o sono e me juntei a turma para tirar minhas fotos. A curiosidade fica para o fato de que a cidade também possui uma Rodoferroviária assim como Brasília. A diferença é que a de lá realmente é uma Rodoferroviária, não é como a daqui que não vê um trem de passageiros há quase vinte anos.
Assim que o povo enjoou de bater fotos na Rodoferroviária a turma partiu em bandos diferentes para ir atrás de uma das atrações turísticas que mais poderiam atrair este tipo de clientela: os biarticulados. Mas antes de falar dos mesmos mostrarei um:
Agora interrompo a narrativa para fazer algumas considerações sobre Curitiba.
- A cidade é muito, mas muito parecida com Goiânia, percebi isto desde o momento que cheguei já que a entrada da cidade é como se estivesse na BR-153. Até as bandeiras das duas cidades parecem copiadas;
- A cidade tem vários apelidos, mas o que achei mais incoerente foi o de Cidade Sorriso, pois não vi ninguém sorrindo, principalmente quando olhavam pra mim (quando olhavam). Depois falam do povo de Brasília;
- O povo tem uma prática de vandalismo no mínimo ridícula: eles picham os vidros dos ônibus riscando os mesmos e poluindo o visual da cidade;
- Uma coisa que não se pode negar é que tem muito verde, muitas árvores (principalmente araucárias) e muitos balões com canteiros de flores;
- Não se encontra por lá casas antigas no estilo que encontramos em outras cidades, lá as casa mais velhas que equivaleriam a casas de um centro histórico são feitas de madeira;
- Fui informado de que lá tem muitas pizzarias. Que que isso tem a ver? Nada, mas me informaram disso assim mesmo.
Todos conhecem a fama de Curitiba de ter um transporte organizado que nem parece que é no Brasil, tanto que as portas tem rampas para que as pessoas desçam em paradas tubulares como essa aí da foto de baixo, além de andarem em corredores exclusivos que cortam a região metropolitana inteira.
"Entubados"
Devo ter ficado umas 5 horas andando de ônibus pra lá e pra cá até finalmente chegar na Exponi. Antes foi solicitado pelo Paulo César Jr. , colega meu daqui de Brasília que atualmente reside em Curitiba que eu o esperasse no Terminal Cabral e de lá seguisse para o evento. A espera fez com que eu me desgarrasse do resto do grupo e chegasse um pouco mais tarde no local. Além disso descemos no lugar errado e pegamos o caminho errado para chegar lá, andei tanto que parecia que estava fazendo uma marcha num quartel.
A Exponi ocoreu na garagem da Transpen, uma empresa rodoviária. O bom destes eventos além dos ônibus propriamente ditos é reencontrar o povo e poder voltar a trocar (muitas) idéias com eles. Em exposição ônibus clássicos que são conservados pelas empresas e ônibus novos com o que há de mais moderno no transporte de pasageiros. Destaque para este Diplomata que fez parte da primeira frota da empresa. Hoje ele é adaptado internamente e conta com uma mesa no fundo e nove poltronas leito no meio.
Outro destaque da exposição foi o ônibus articulado da cidade que têm três eixos, algo inédito no Brasil. O mesmo roubou as atenções de todos principalmente na sua saída, onde ficou se "exibindo" por obra do motorista.
A Exponi ocoreu na garagem da Transpen, uma empresa rodoviária. O bom destes eventos além dos ônibus propriamente ditos é reencontrar o povo e poder voltar a trocar (muitas) idéias com eles. Em exposição ônibus clássicos que são conservados pelas empresas e ônibus novos com o que há de mais moderno no transporte de pasageiros. Destaque para este Diplomata que fez parte da primeira frota da empresa. Hoje ele é adaptado internamente e conta com uma mesa no fundo e nove poltronas leito no meio.
Outro destaque da exposição foi o ônibus articulado da cidade que têm três eixos, algo inédito no Brasil. O mesmo roubou as atenções de todos principalmente na sua saída, onde ficou se "exibindo" por obra do motorista.
Demonstração das portas
Incrível como todos no evento disputavam espaço para tirar fotos de tudo quanto é ângulo deste ônibus, parecia até uma celebridade passando cercada por uma turba de paparazzi.
Na volta à Rodoferroviária fomos transportados por um dos ônibus clássicos e lá a turma que participou da exposição se dispersou. De minha parte fui com o Paulo, a Marisa (citada no texto sobre São Paulo) e a Luciana, busóloga do Rio de Janeiro, para um shopping que fica nas proximidades, cada um contando as histórias do transporte de sua cidade.
Na volta compro a passagem da Cometa, empresa cuja existência achava que era uma invenção da Brinquedos Bandeirante, mas esse é assunto pra outro texto (mais um).
Só é uma pena que não voltei de Flecha Azul.
Na volta à Rodoferroviária fomos transportados por um dos ônibus clássicos e lá a turma que participou da exposição se dispersou. De minha parte fui com o Paulo, a Marisa (citada no texto sobre São Paulo) e a Luciana, busóloga do Rio de Janeiro, para um shopping que fica nas proximidades, cada um contando as histórias do transporte de sua cidade.
Na volta compro a passagem da Cometa, empresa cuja existência achava que era uma invenção da Brinquedos Bandeirante, mas esse é assunto pra outro texto (mais um).
Só é uma pena que não voltei de Flecha Azul.
Clébio, de onde você tirou que Curitiba é muito parecida com Goiânia???!!!!Explique-me melhor...não foi uma primeira impressão? Pra mim as duas são muuuuuuuito diferentes. E prefiro Curitiba, apesar de certas coisas.
ResponderExcluirQuanto a cidade-sorriso, realmente não sei de onde tiraram esse título. No geral, o pessoal lá me parece meio frio mesmo. Mas como muitos ali são descendentes diretos de determinados países europeus e vários vem de colônias fechadas, creio que ainda há explicação para isso. O que, pelo menos para mim, é mais difícil de explicar, é o caso de Brasília que, por ter a população mais misturada, deveria ter um povo mais acolhedor e também ser mais cosmopolita...às vezes tenho a impressão de morar numa grande cidade do interior, no sentido negativo do termo.
Algum sociólogo de plantão aí para explicar tal fenômeno?
Beijão!