sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Sobre Tokusatsu - Parte 1

Para combater tantos monstros malignos só mesmo um exercito de sentais. Ao fundo a famosa pedreira da Toei.

Essas duas semanas que passei de férias foram dias de absoluta falta do que fazer. Mas para uma coisa este período foi útil além de servir de descanso merecido, serviu para eu matar a saudade dos heróis que alimentaram a minha infância salvando a terra (leia-se Tóquio) nos fins de tarde na finada Rede Manchete.

A palavra tokusatsu é uma abreviação do termo em japonês para "efeitos especiais". No Brasil o termo serve para designar as séries live-action em que um herói (ou mais de um) tem de lutar contra forças alienígenas que querem conquistar a terra. Mas mesmo dentro desta concepção há subdivisões como:
  • Metal Hero: É o herói solitário que possui uma armadura metálica e que precisa defender a terra de inimigos que querem dominar o mundo. Ex.: Jaspion, Sharivan, Spielvan, Metalder, Jiraiya e Jiban;
  • Super Sentai: Aqui um grupo de guerreiros (sentai singifica "esquadrão"), geralmente cinco - um de cada cor, Ganham armaduras colantes e unem seus poderes para combater quase sempre algum tipo de horda extraterreste. Ex.: Google Five, Changeman, Flashman, Maskman e todos os seriados que deram origem às infinitas continuações de Power Rangers;
  • Kamen Rider: Um herói que se transforma num guerreiro com roupa de gafanhoto. Se no Brasil isto é sinônimo de Black Kamen Rider, no Japão é uma variante que já tem mais de quarenta anos de sucesso;
  • Ultramen: A série Ultra é a pioneira dos tokusatsus e foi uma das primeiras a ser exibida aqui no Brasil. Ex.: Ultraman e Ultraseven. Spectreman faz parte de outro tipo - o Kyodai Hero (herói gigante);
  • Henshin Hero: Apesar do nome permitir abranger qualquer tokusatsu (Henshin significa "transformação"), o termo é aquele famoso diversos, ou seja, aqui entra os seriados que não se encaixam em nenhuma das outras franquias. Ex.: Nacional Kid, Lion Man, Cybercops, Bicrossers e Patrine.
Mas estou falando e explicando isso tudo porque quero falar daqueles que foram meus heróis favoritos. Os mesmos passaram na mesma época, no mesmo canal e, depois deles, nenhuma outra série japonesa live-action conseguiu me cativar da mesma maneira. Vou citá-los na ordem em que eram exibidos:

O Fantástico Jaspion (1985): O herói que promoveu o apogeu do tokusatsu no Brasil era órfão e foi criado pelo eremita Edin para se tornar o guerreiro que ia livrar o universo da ameaça do poderoso Satan Goss, um monstrengo gigante que usava uma armadura que claramente imitava a de Darth Vader. Foram épicas as batalhas contra MacGaren, o filho do grandalhão, e com a bruxa Kilza (Berebekan Katabanda... Kikerá!). E falar de Jaspion é falar obrigatoriamente do maior de todos os tempos, o Gigante Guerreiro Daileon. Com lutas e golpes sem muitas firulas, dava porrada nos monstros incontroláveis enfurecidos pelo Satan Goss deixando qualquer telecatch no chinelo.

Mais (bem mais) sobre Jaspion.


Esquadrão Relâmpago Changeman (1985): Veio ao Brasil na cola de Jaspion para defender Tóq... ops, o mundo das ivestidas do Império Gôzma comandadas pelo Senhor Bazoo. Tinha uma trama sem grandes sobressaltos mas valia pelo ineditismo de usar seres mitológicos (isso um ano antes de Cavaleiros do Zodíaco) em vez de se chamarem apenas pela cor com em outros sentais. O confronto final entre Change Dragon e Buba é histórico apesar de curto, e quem não lembra também da Shima - uma mulher que falava com voz de homem (bem grossa por sinal) - e do grande Gyodai, o bicho de aumentar monstros mais maneiro de todos, com seu olho na boca e seu jeito tosco.

Mais (bem mais) sobre Changeman.


Comando Estelar Flashman (1986): "Um dia cinco crianças foram raptadas da terra e levadas para os confins do universo, e após vinte anos..." pudemos ser brindados com uma história cheia de dramas pessoais e reviravoltas, mesmo que a série tenha mantido os mesmos clichês dos Changeman. Com heróis bem mais solitários e passando por mais perrengues, pudemos finalmente ver nossa "síndrome de Coyote" ser saciada ao ver o Flash King sendo destroçado pelo monstro, e ficou ainda melhor quando o substituto Titan Jr. apareceu com um jeito de lutar todo desengonçado. Independente disso, tanto o Império Mess como seu líder - o Monarca La Deus - tiveram um fim bem mais humilhante do que os invasores anteriores, deixando um clima meio frustrante no final. Mas o que importa é que os Flashman conseguiram se safar no final apesar de nenhum deles terem conseguido reencontrar os pais (a Sara não conta porque eles não se encontraram depois da descoberta).

Mais (bem mais) sobre Flashman.

Policial de Aço Jiban (1989): Foi o único seriado japonês exibido no Brasil ao mesmo tempo em que era exibido no Japão. Este seriado não é uma cópia descarado do Robocop a toa: a idéia inicial era a de um policial ninja mas foi tudo mudado às pressas para aproveitar o sucesso do original ianque. Seja como for, se realmente o seriado foi feito na correria como dizem (muitos do BGMs são os mesmos do Jaspion e de outras séries), o resultado ficou muito bom, pois os elementos existentes em Jiban fogem dos de outros tokusatsus. É até emocionante a relação do policial Naoto com a pequena Ayumi, além de todo o lado da investigação policialk assim como o desenlace da história. Esse não tinha como não marcar. Dos cinco daqui, é o único que não conta com um robô gigante.

Mais (bem mais) sobre Jiban.

Jiraiya, o Incrível Ninja (1988): Veio na cola de Jiban apesar de ser seu antecessor. Difere dos outros por não ser dotado de superpoderes, contando apenas com sua habilidade e com o treinamento ninja recém-adquirido para lutar contra a família dos feiticeiros liderada por Dokusai e contra o império dos ninjas (que em nenhum momento do seriado se revela onde fica). Com o sucessor de Togakuri, a febre ninja se espalhou de vez entre as crianças e todo mundo saiu por aí simulando golpes contra os amiguinhos e/ou contra inimigos imaginários. E no fim, depois de não perdoar e derrotar tanto ninja - e não monstros como em outras séries - No fim Jiraiya ganha seu robô gigante, encontra Pako, o tesouro do século, dentro do grandalhão(!) e todos ficam felizes para sempre, pelo menos os ninjas bonzinhos ficam.

Mais (bem mais) sobre Jiraiya.

Na próxima parte falarei de outros seriados que também cheguei a pegar, mesmo sem o mesmo afinco destes cinco.

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