quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O Festival dos Festivais



Descobri que há 25 anos estava sendo realizado o Festival dos Festivais: o último suspiro do que representou a chamada Era dos Festivais.

Há alguns dias atrás estava eu assistindo (na verdade reassistindo) vídeos das apresentações dos intérpretes escalados, pelo menos os mais famosos atualmente e peguei meu irmão que não era nascido na época para que virássemos críticos musicais. Detalhe: eu era nascido, mas tinha apenas três anos na época do festival. Aí ao descobrir que o festival está comemorando bodas de prata resolvi me aprofundar em todos os vídeos que chegaram até nós via youtube e me deparei com o primeiro dilema, na verdade o dilema que me motivou a escrever este texto despretensioso e que serve de reflexão para toda nossa geração que vive de nostalgia mas que nunca se preocupou com algo essencial: a validade do julgamento de pessoas dos dias atuais.

Num exercício fácil percebemos algo óbvio mas que não levamos em consideração num primeiro momento, e isto vale para pessoas que viveram momentos históricos distintos (leia-se uma distância de no mínimo vinte anos). Não temos valores e pensamentos iguais ao das pessoas que viveram há 25 anos atrás logo não teremos a mesma visão das pessoas de antigamente sobre quais músicas eram boas e quais eram ruins. Pra falar a verdade a tendência seria dizer que nada prestou naquele festival. E aí tem duas coisas a se levar em consideração:

- Apesar de ter conseguido pouquíssimas informações sobre o evento em si, deu pra perceber principalmente pelos vídeos o quanto o festival mostra aos meus contemporâneos no que diz respeito ao contexto cultural vigente na época. Os vídeos quase gritam o que era os anos 80 em todos os aspectos visuais, musicais, gráficos e comportamentais.

- Se por um lado não podemos julgar nem as músicas e nem as preferências da época, podemos fazer um paralelismo: fazer nossas escolhas com os parâmetros atuais e comparar com os da época. Pode não ter fundamento histórico, psicológico e nem educativo, mas é divertido.

E deixando um pouco de fazer divagações falemos agora dos "melhores momentos" daquele que é considerado o último festival de MPB relevante para a história. E apesar de que na época este formato de competição já se encontrava desgastada Deve se considerar que vários cantores que faziam ou passariam a fazer sucesso na época estavam lá defendendo músicas sendo que algumas ficariam eternizadas.

Claro, nem tudo que ficou eternizado foi por conta da qualidade musical. Dois destaques de certa relevância: Pedro Bial, ainda um ilustre desconhecido, brindando o público com uma saraivada de versos "poéticos" em meio a uma música que não diz muita coisa. E um grupo infantil (o que mais havia na época): Os Abelhudos - se apresentando com a música "O Dono da Terra" e pelos relatos que consegui o grupo fez com que a criançada passasse a torcer por eles. Óbvio.

Mas nada foi mais "fail" no festival do que as legendas da transmissão. Para o povo aprender as letras foi uma deseducação pois as legendas sumiam, voltavam, entravam na hora errada e com muitos erros gritantes em comparação com o que estava sendo cantado.

Enfim, depois de três meses passou-se a etapa eliminatória regionalizada e veio a grande final do dia 9 de Novembro de 1985 no Rio de Janeiro, onde se consagraram grandes nomes da época. Rita Lee mesmo se apresentou depois de passar um tempo sumida da mídia.

E sim, Oswaldo Montenegro - o rato de festival - estava lá. E Emílio Santiago também. Até a Rosana "como uma deusa" Fiengo deu as caras por lá.

Meus destaques positivos: Leila Pinheiro. Não sei se ela gravou "Verde" (a música do topo do texto) em estúdio antes ou depois do festival, mas ela é maravilhosa, ótima pedida para ouvir num dia chuvoso de fim do verão. Não à toa Verde ganhou o terceiro lugar do festival. Outro destaque relevante ao meu ver foi

Em segundo lugar ficou "Mira Ira", interpretada por Miriam Mirah. Confesso que não conheço nem música nem intérprete mas a música me agradou e também ao júri que deu a ela o prêmio de melhor arranjo. Quem conhecer pode dar maiores detalhes. E li nos comentários das músicas do festival que a música vencedora causa controvérsias até hoje. Eu mesmo, com a minha cabeça de hoje não consigo entender como Escrito nas Estrelas, com uma letra pavorosa e com uma Tetê Espíndola com um visual mais pavoroso ainda (acho que mesmo para os padrões da época) levou o prêmio maior da competição.

E qual é a desses dois aí fantasiados de coração? Vergonha alheia ao máximo aqui.

Enfim, não vivia a época, só tinha três anos de idade como disse, então não me sinto apto a julgar a decisão e os demais resultados. Mas lembro com clareza o tanto que essa música fez sucesso na época, principalmente no ano seguinte ao do festival. Mas é inegável que sempre que alguém quer zoar uma rodinha de violão tenta imitar os agudos de Tetê:

"CASO DO ACASO BEM MARCADO EM CARTAS DE TARÔ..."

Um comentário:

  1. oi...
    gostaria de comunicar uns errinhos...
    voce provavelmente deve ter pegado as datas no memoriaglobo.com e a data da final foi 26 DE OUTUBRO pois tenho a final. A Rita Lee, NAO SE APRESENTOU, APENAS ENTREGOU O PREMIO A VENCEDORA
    TETE ESPINDOLA...
    ROSANA FIENGO NAO FOI CLASSIFICADA PRA FINAL POR TANTO NEM APARECEU NA FINAL.
    O segundo fontes, o resultado do festival foi manipulado pois iria ganhar mira ira, mas o vice presidente da rede globo, (esqueci o nome) manipulou o resultado, mas nao haprovas, existem apenas indicios...
    visite meu canal do youtube
    youtube.com/MrDrpher
    la tem videos da final e outros eu postarei em breve pois tenho a final na integra
    abraços
    paulo

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