quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Viagem de busão


Do blog Bebida Liberada

Apesar de ser um país interligado por rodovias na maioria de sua extensão, o Brasil conseguiu baratear bastante o custo das passagens de avião. Mas o fato é que grande parcela da população, seja por medo, por falta de grana ou por qualquer outro motivo, já viajou de ônibus. E cabem algumas observações nesta empreitada.A viagem de ônibus começa na compra do bilhete. Minha avó sempre dizia para viajar do lado onde fica o motorista, pois o reflexo do mesmo é se salvar em uma eventual batida. Já meu pai falava que o melhor é no meio do ônibus, pois não sacode tanto e você não fica enjoado. Só que EU sempre quis MESMO era viajar do lado de uma gatinha, mas parece que é como ser entrevistado pelo Ibope: em ambos os casos, nunca fui e não conheço ninguém que tenha realizado o feito. Na maioria das vezes quem sentava ao meu lado era idoso, louco/a querendo puxar assunto ou, uma pessoa (?) muito estranha.

Outra dúvida que sempre tive é se guardo as malas lá em baixo no bagageiro, pois sempre que fiz isso, esqueci algo que precisava e quando não o faço a mala não cabe no espaço destinado a ela dentro do ônibus. Falando da viagem propriamente dita, normalmente começa muito bem. Porém, após alguns minutos sempre tem alguém que invariavelmente vai reclamar do ar condicionado (normalmente uma mulher dizendo que está muito frio).

Quando o trajeto é noturno e você está MORRENDO de sono, invariavelmente se depara com pelo menos um destes seres: o “Cult” que resolve ler alguma coisa de madrugada e acende aquela luzinha; a dupla que julga ser um bom horário para bater um papo; o non-sense que resolve atender o celular pra ganhar um beijinho de boa noite (da mãe/namorada); a criança que não para de chorar ou; o cara que ronca como se fosse um filhote de javali.


Ainda rola a parada do ônibus que se constitui basicamente em alguma do tipo “comeu-morreu” com aquele kibe (“não amigão, é coxinha” e o sujeito espanta as moscas de cima) engordurado ou aquelas lindíssimas onde um folheado custa 15 pratas e um café 10 (acho que é lá que o flanelinha aqui da rua está tomando café…). A viagem, via de regra termina com o sorriso amarelo de algum conhecido, amigo, parente que teve de acordar às 5 da manhã para te buscar na rodoviária e te encontrar todo suado e fedido (porque a menina conseguiu convencer o motorista de que estava muito frio e o ônibus ficou com aquele futum de 50 pessoas respirando).

É, talvez avião tenha mesmo um melhor custo benefício pois a viagem é mais rápida e higiênica. E ainda por cima rola uma birita no serviço de bordo!

P.S.: Em compensação o avião não vai naqueles confins do interior, e é aí que está a graça da viagem de ônibus.

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