sexta-feira, 17 de abril de 2009

O mimeógrafo


Estou reorganizando algumas coisas em casa e para isso precisava comprar alguns apetrechos de organização típicos de escritório como caixas arquivo e porta-revistas, então fui numa loja do ramo atrás dessas coisas e de mais alguma coisa que julgasse que poderia ser útil.

E nisso, no início da semana, estou eu promovendo uma exploração no meio das prateleiras da loja quando sou surpreendido com a presença um produto a venda com um nome estranho - duplicador. É meio tucanado como diria José Simão, mas o aparelho me parecia possuir um aspecto familiar. Aí li na caixa pra que é que a geringonça servia: tirar cópias usando álcool e papel estêncil, ou seja, estava diante de um mimeógrafo.

Até parece que foi ontem quando pela primeira vez tive contato com um aparelho desses na escola, mas pra falar a verdade esse "ontem" já tem uns vinte anos e eu ainda debutava no ensino fundamental (que ainda era primeiro grau, CBA, como queiram) na Escola Normal de taguatinga, outra coisa que o tempo eliminou - o ensino normal.

Foi a primeira vez que estudava longe de casa, digo longe o suficiente para que uma criança não tivesse condições de se deslocar sozinha para lá. Por conta disso pegava carona com minha professora Josefina na sua marajó cinza, tanto pra ir quanto para voltar.

Quando acabava as aulas chegava a hora de ir embora, quer dizer, para os outros pois como ia embora com a professora tinha que esperá-la, às vezes na sala de professores. Era lá que ficava o mimeógrafo da Escola de Aplicação. Pois é, o nome era esse, pois algumas vezes as normalistas acompanhavam as aulas, acredito que fazia parte do aprendizado delas.

Ao rever a máquina na loja depois de tanto tempo me lembrei de quando a via funcionar. Era nese período de espera que a traquitana mais trabalhava, era a hora que as professoras tinham disponível para operá-la, e lá saíam as folhas que seriam nossos exercícios e provas, encharcadas do álcool utilizado pela máquina para a impressão e que impregnavam o ambiente deixando um odor bem característico.

Esta é mais uma daquelas máquinas que a tecnologia aparentemente aposentou, digo aparentemente pois senão não teria um aparelho novo ali à venda. Porem vejam só, aqui no trabalho mesmo temos uma copiadora que além de xerocar e imprimir, também escaneia e funciona como aparelho de fax entre outras coisas. Imprime ampliado, reduzido, frente e verso, em quadros, mais claro, mais escuro, só falta falar, fazer café e levar as crianças na escola caso tivesse crianças.

Mas o "aparentemente" não se justifica só com isso, o X da quastão está na simplicidade. Numa das aulas da faculdade uma monitora confidenciou que prefere utilizar máquina de escrever a utilizar o Word do computador, porquê, por que ela e a tecnologia e suas milhões de funções não se entendem.

Seja como for, foi bom ter alguns revivals esta semana, porém algo me preocupa. Vejam esta bandeira:



Ao ver várias bandeiras perfiladas na arena do vôlei de praia na Esplanada comecei a mentalizar o nome dos respectivos países. Sem querer, ao ver a bandeira acima veio o nome...

...Tchecoslováquia.

Xiii...

4 comentários:

  1. Isso me faz lembrar os anos 80, na época de escola onde as provas e exercícios eram feitos assim, e tem mais ficava um cheirinho de álcool era legal e divertido. Muitas escolas Públicas como a que eu estudei, costumava as vezes colar os alunos para
    usa - la.
    1000 beijos

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  2. Que legal, Clébio, lembrei de minha época de pré-primário, aqueles deveres com letras e/ou desenhozinhos roxos, às vezes avermelhados, que a professora dava para a gente fazer.....ô época gostosa essa!
    Beijão!!!!

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  3. Pode ter certeza que o mimeografo ainda é muito utilizado em muitas escolas publicas que ainda não tem uma copiadora!!!

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  4. Minha namorada tem 33 anos e nunca tinha ouvido falar, então vim fazer uma pesquisa para poder mostrar a ela o que era...lembro perfeitamente que fazia parte da lista de material o estencil...

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