quinta-feira, 27 de agosto de 2009

30 anos de Anistia

Cartaz que virou o ícone da Campanha Brasileira de Anistia.

No ano de 2009 a lei que anistiou os presos políticos da ditadura militar e permitiu àqueles que estavam exilados que retornassem ao Brasil está completando 30 anos. Este é o típico evento que consegue ser ao mesmo tempo carregado de simbolismo e de polêmica.

Se ela não foi "ampla, geral e irrestrita" como queriam os setores da sociedade engajados na luta pela anistia, para aqueles que praticaram "crimes conexos", diga-se de passagem à serviço do governo (ou do aparelho informal de repressão), foi até mais do que isso. Foi como varrer sujeira pra debaixo do tapete - a sujeira some, mas o calombo no tapete vai ficar lá pra lembrar do tempo de imundície.

Mas nem isso o governo queria que ficasse, o que se queria era que, como por milagre, toda aquela sujeira varrida fosse esquecida, por mais marcas que a mesma tenha deixado, e como deixaram.

Os tais "crimes conexos" foram aqueles err... exageros praticados pelos agentes repressores, por mais que eles na época tenham "somente" torturado, espancado, mutilado, estuprado, violentado, matado, ocultado cadáver, etc., etc. e etc. Se fizeram tudo isso foi em nome da luta contra a subversão e pela manutenção da ordem, então qualquer exceção (entenda-se exceção como eufemismo) cometida era justificável.

Tudo isto lhe parece familiar? Sim, toda esta história se assemelha a uma enorme pizza. É só uma das faces do que foi realmente a ditadura e de como ela emite seus reflexos até hoje.

Lendo vários artigos, textos, reportagens, livros e o escambau sobre este período da História do Brasil dá para resumir tudo da seguinte maneira, no melhor estilo pontepretano (não o time, mas o pseudônimo de Sérgio Porto):
  • A direita reacionária udenista já vinha há no mínimo vinte anos querendo o poder e não conseguia por conta do getulismo e cia., aí como não conseguia vencer no campo das idéias resolveu apelar pra violência;
  • Aí os oligarcas no melhor estilo Sarney, que já eram acostumados a não deixar o povo ter voz desde a época do voto de cabresto, se juntaram com os militares que já são assim por natureza e pronto - estava formada a "redentora", pela volta da ordem e pela moral e os bons costumes e blá, blá, blá;
  • Passaram de 1964 a 1979 dizimando todos os adversários políticos para varrer do mapa qualquer rastro de getulismo, comunismo, qualquer coisa que fosse contrária à doutrina udenis... digo, da Aren... quer dizer, do regime, isso;
  • Depois de terminado o serviço de limpeza resolveram anistiar todo mundo e pediram pra todo mundo esquecer o que aconteceu. Todo mundo ia ser feliz agora que podia votar nos políticos que sobraram e o resto da história a gente vê todo dia lá no Senado;
  • E ai de quem quiser apurar ou julgaro que aconteceu. Isso é coisa de gente que alimenta a discórdia, o revanchismo.
A palavra revanchismo virou um mantra para os militares. A palavrinha mágica que é evocada toda vez que alguém sinaliza com investigações sobre o que ocorreu nos porões da ditadura - na verdade uma tática para que as coisas se arrastem até que não faça mais sentido punir quem quer que seja. O último episódio foi protagonizado pelo ministro da justiça Tarso Genro que disse sabiamente que revanchismo seria defender que "os torturadores fossem torturados". Do outro lado, a AGU se manifestou a favor da anistia para todos, inclusive para os "crimes conexos", com o argumento de que a tortura é um crimes político, e não um crime comum.

Se for assim qualquer um pode sair cometendo violência por aí e dizer depois que o fez porque a vítima era subversiva e queria derrubar o governo. Pronto, tá anistiado.

Independente dessa parte chata, a data deve ser lembrada sim como uma vitória, uma conquista, mais pelo simbolismo do ato do que pelos efeitos práticos. Foi um passo para que pudéssemos ter a liberdade de pensamento e devemos aprender a valorizar aqueles que lutaram para que voltássemos a ser uma democracia, mas sem acomodar diante do que é feito se aproveitando disso.

Fiquem agora com a música que marcou a todos como o hino da anistia.

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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Serenata de Natal - Edição 2009

Serenata de Natal 2008 cantando em uma praça da cidade - ponto máximo das apresentações.

Por Silvana Isabel Francisco Gloor Campos

Em Brasília, quando chega dezembro, um grupo de voluntários visita quadras, hospitais, creches e asilos, levando música e alegria às pessoas. Estudantes da Universidade de Brasília e gente das mais variadas profissões e idades se unem e reservam cerca de três horas semanais, a partir do final de agosto, para ensaios. Eles formam a Serenata de Natal da UnB que, criada em 1981, já é considerada uma das tradições culturais da jovem capital da república. O grupo começou com aproximadamente 20 pessoas cujo objetivo inicial era o de alegrar o Natal dos amigos que, por um motivo ou outro, não podiam viajar para passar o final de ano com seus parentes em outros estados. Com o tempo, o pequeno coro foi ganhando mais adeptos, apoio da Universidade, patrocinadores e uma causa social. A média de participantes, anualmente, é de 200 pessoas, em sua grande maioria leigos em música.

Além de encantar o público nos lugares onde se apresenta, a Serenata alavanca seu trabalho social recebendo doações de alimentos não perecíveis, agasalhos, roupas, calçados, brinquedos, artigos de higiene, produtos de limpeza, fraldas geriátricas, material escolar, etc. Os próprios voluntários do coral doam parte do que é arrecadado, mas a maior parcela dos donativos a Serenata recebe da comunidade: prefeituras de quadras, instituições, órgãos públicos, ONGs, empresas e pessoas encaminham suas doações à Universidade, onde são armazenadas, separadas e preparadas para a distribuição.

Entre Setembro e Dezembro, a Serenata de Natal se apresenta e realiza a entrega dos donativos arrecadados em entidades carentes do DF, e nos dias próximos ao Natal, agradece Brasília com apresentações nas instituições colaboradoras e quadras residenciais.

Essas apresentações são o ponto alto para quem assiste, mas para quem participa, as visitas a doentes, crianças e idosos acabam sendo a parte mais compensadora. Nelas, muitos conhecem, pela primeira vez, uma realidade diferente da que vivem, e sentem a alegria de trocar emoções. Sílvio Salles, biólogo, um dos participantes da Serenata, conta que, algumas vezes, eles levaram mantimentos a creches onde simplesmente não havia mais o que comer naquele dia. O que chegou foi direto para a panela. Os sorrisos e os cânticos de natal, foram direto ao coração…

***

Para quem quiser participar da Edição 2009 da Serenata de natal as incrições estão abertas até o dia 04/09. Os ensaios são realizados na UnB (anfiteatro 4) e acontecem duas vezes por semana nos dias de semana ou nos sábados á tarde. Maiores informações como dias dos ensaios e inscrições podem ser feitas no site http://www.serenatadenatal.org

Participe, cante conosco!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Torcer pra time grande é fácil...

Por Antônio Bordallo (do blog Sport-to-Wear)

Quando vejo hoje que o timezinho da moda é Chelsea, que é blues pra cá, blues pra lá, me lembro que não tem tantas décadas assim, o time era uma coisa meio que relegada à um segundo escalão, que niguém assim escolheria facilmente pra torcer. Na verdade nem eu mesmo achava tanta graça naquele escudo com um leão e CFC… mas agora que entrou capital, grandes contratações e as modinhas de virar torcedor de clube europeu só porque jogou com o mesmo no Winning Eleven ou porque passaram a acompanhar futebol inglês na TV, toda essa paparicação ao clube me fez pensar nos verdadeiros torcedores dele, que aguentavam as gozaçoes dos rivais na época que era apenas um time medíocre de Londres… Bem, esse pessoal criou uma camisa em resposta, e a mesma diz tudo:


(pra quem não entendeu: EU ESTAVA LÁ QUANDO NÓS ERAMOS MERDA!)

Puta resposta, não? Com direito ao escudinho escroto e tudo…

Agora eu tô esperando a hora em que os grandes e leais torcedores do América do Rio vão poder finalmente vestir uma camisa como essa com orgulho…

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Reflexões sobre Mulheres, TPM, etc.



Comentários? Alguém?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Visões de Brasília (V)

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Inferno na torre? Um megapum atômico? Invasão alienígena? Vossas excelências pensando como podem ser honestos?

A explicação real é esta, mas eu tenho outra teoria:



É a marca negra dos Comensais da Morte.

Eu bem que desconfiava.

domingo, 16 de agosto de 2009

Perigo! Democracia ameaçada!

Arte: Angeli

Por mais que a assertiva acima pareça exagerada, a História nos mostra em vários episódios que não o parece pensar assim. Não vou agora listar fatos históricos relacionados ao que vou descrever abaixo, mas não será difícil puxá-los a memória.

Já é possível ver em alguns blogs e no twitter pessoas defendendo o fechamento do Congresso Nacional sob o argumento da ineficiência da casa e dos constantes casos de corrupção que descobrimos (ou não) quase que diariamente.

Não vou negar aqui a existência - e forte - dos argumentos acima, há muito mais sintomas que mostram que o legislativo brasileiro é inoperante e desvirtuado: a maioria dos nobres políticos nem devem saber a verdadeira essência do trabalho deles. Mas daí a defender o fechamento da casa me parece uma atitude deveras promíscua, o Congresso não é como uma batedeira velha que você pode optar se deseja mandar consertar ou jogar fora.

Já virou lugar comum dizer que o legislativo é reflexo do povo que o elegeu. Se eles tratam do dinheiro público como se não tivesse dono e, portanto, acham que podem utilizar em benefício próprio, seja pessoal ou eleitoral, a culpa é da cultura que está enraizada na política brasileira desde o vereador lá do interiorzão até o presidente da república, e que nós, por nossa passividade em não se engajar políticamente, não nutre vontade nenhuma de discutir os destinos da nação e buscar soluções para mudança de tal cultura, etc., permitindo assim que chegássemos a esse ponto tão baixo.

Percebam que os atores políticos são sempre os mesmos desde até muito tempo antes da ditadura. Há pouca renovação e quando há são por pessoas ligadas de alguma forma aos velhos oligarcas de sempre. Não há mais ideologias, grandes projetos em debate, nem os partidos tem mais correntes ideológicas - hoje servem somente para abrigar quem quer disputar uma vaga em qualquer esfera (municipal, estadual e federal) e a definição de esquerda e direita perdeu o sentido: é a pessoa que ocupa o poder que define quem é aliado ou quem é inimigo.

Agora propor que se feche o Senado e a Câmara também não dá. Proposta semelhante ocorre com mais força aqui no Distrito Federal no que diz respeito a fechar a Câmara Legislativa, que tem figuras políticas e casos muito piores do que na esfera federal - o que faz cair o argumento dos brasilienses de que os ladrões vem de fora. Mas as casas são essenciais para que tenhamos melhorias na nação, nós é que não damos importância a isso na hora de votar.

Protestos são válidos como estes que estão começando a engatinhar pelo país, os protestos do sábado já tiveram maior visibilidade, mas não é o suficiente. No ano que vem temos não só que votar mais consciente (de preferência não votando nas figurinhas manjadas de sempre) mas temos que defender e pregar com firmeza e eficácia que mais pessoas façam o mesmo, pois a maioria da população brasileira ainda é fácil de doutrinar para que votem em quem os donos do poder desejarem.

Se interessar por mudanças, e não só querê-las, é o primeiro passo para a longa jornada que levará a moralização e a eficiência das instituições políticas. Tomar decisões radicais como fechar o congresso e/ou um congresso enfraquecido foi o primeiro passo que levou diversos povos à um regime de exceção.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Curtinhas - Aqui você tem chance!(?)


O título acima parece o slogan de um cursinho pré-vestibular ou de uma agência de empregos, mas incrivelmente pertence a um partido político. E se você tem sentido calafrios com a volta de figuras como Collor e Sarney, bem como toda a pataquada que tem acontecido na política atualmente, prepare-se para o que vai ler daqui pra frente.

Ontem à noite foi exibida a propaganda eleitoral gratuita(!) do Partido Trabalhista Cristão (PTC). Até aí tudo bem, todo partido tem direito a um espaço na TV para poder se apresentar, porém o programa do PTC veiculado ontem se superou. Nos cinco minutos que teve, o partido utilizou discursos do tipo "Se você não sabe como participar da vida política do país junte-se a nós" e "Se você quer se candidatar a deputado estadual ou federal, filie-se ao PTC", sempre arrematando com o referido slogan - Aqui você tem chance!.

Era só o que faltava, um partido chamando filiados como se os mesmo fossem se preparar para uma prova de concurso. Depois da igreja-negócio (leia-se IURD) agora temos o partido-negócio.

E se você se filiar ao PTC Gaúcho é melhor ainda vejam:

PTC-RS: Aqui você tem MAIS chance!

Fui fuçar na internet informações sobre o mesmo e acabei encontrando tanto no site oficial como na Wikipedia a informação crucial: o PTC é o novo nome do antigo e famigerado PRN - "Somente" o partido que elegeu Collor em 1989 e, já como novo nome, elegeu Clodovil em 2006. A troca deve ter ocorrido por conta do desgaste da legenda após o impeachment.

É mais uma pra coleção de assombrações de 1989 retornando para nos atormentar.

E se preparem, ano que vem tem mais. Por exemplo: Luis Estêvão já vai poder voltar a se candidatar.

Medo!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Mais sobre passividade e Manifestação


Recebi este ótimo texto sobre a passividade que toma conta de nós com tantos escândalos acontecendo um atrás do outro. Tenho idéia das causas de isto ocorrer mas deixarei para falar sobre isto numa outra oportunidade.

Leiam o primeiro e depois o segundo, é uma primeira chance de nos redimirmos.

***

Sarney & Eu

Por Adelécio Freitas

Algumas semanas atrás recebi um email sobre uma manifestação na frente do Congresso Nacional pedindo “Fora Sarney”, na hora fiquei bastante animado, encaminhei o email para toda a minha lista de contatos e pensei que finalmente as pessoas iriam se indignar e reagir à tanta sujeira.

No dia da manifestação me bateu uma preguiça... Após um longo dia de trabalho o cansaço me venceu, e afinal, quem iria sentir a minha falta?

No dia seguinte eu procurei eufórico nos sites de jornalismo sobre a tão falada manifestação que foi toda planejada em comunidades virtuais e bastante divulgada pelo twitter. Para a minha surpresa não existia nenhuma manchete, nem ao menos uma nota de rodapé . Resolvi entrar em uma das comunidades do orkut que organizaram a manifestação, e para a surpresa de todos, apenas cinqüenta pessoas se dispuseram a ir para a frente do Congresso.

Apenas 50 pessoas? Sendo que eu sozinho divulguei para mais de 1000??? Que povo mais acomodado, pensei indignado, porque será que eles não foram???

Não demorou muito para a ficha cair. Eles não foram pelo mesmo motivo que eu não fui. Eu esperava que “alguém” iria no meu lugar.

Recostei-me na poltrona em frente à televisão e olhei para a janela do meu apartamento, que refletia a minha imagem. Fiquei olhando para mim e para a minha confortável inércia. Foi quando de súbito, eu tive a arrebatadora visão daquilo que sempre procurei e nunca encontrei, o meu verdadeiro papel na sociedade.

“Que bunda- mole!!!”.

Finalmente, depois de tantos anos de crise existencial, pude perceber que eu era uma peça importante na sociedade, um legítimo Bunda-mole brasiliense(ou BMB). Existem bunda- moles municipais e estaduais, mas eu tenho orgulho de dizer que sou um bunda-mole federal!!

Nas minhas viagens de férias sempre algum engraçadinho vinha falar: “De Brasília né....já tem conta na Suíça?”. Eu ficava indignado, falando que eu era um funcionário público concursado, que pagava os meus impostos, enquanto o povo que roubava vinha de fora e blá blá blá.

Mas agora eu vejo com nitidez que eu tenho um papel importante nesse cenário. Eu como um legítimo BMB ajudei a criar esta barreira de proteção que mantém os verdadeiros FDP livres para fazerem o que bem entenderem. Eu acho que as coisas estão bem do jeito que estão. Tenho dinheiro todo mês para pagar a prestação do meu carro 1.0 e do meu apartamento de dois quartos, freqüento uma academia para queimar o meu excesso de ociosidade, tenho meu smart phone comprado na Feira do Paraguai, e no final do ano ainda vou ficar um mês em uma casa de praia alugada junto com a minha família para a incrível experiência de assarmos como batatas na areia... Mais BMB impossível!

Nas sextas-feiras, eu me sento com os meus amigos em um barzinho e depois do terceiro copo de cerveja soltamos toda a nossa indignação contra a patifaria que rola solta em Brasília, cada um conta um caso de um amigo próximo que enriqueceu da noite para o dia às custas do dinheiro público (o difícil é disfarçar aquela pontinha de admiração pelo “ixperto”). Depois traçamos os planos para endireitar o país. Planos que vão embora pelo ralo do mictório antes de pagar a conta. BMB de carteirinha!

Os anos passam e as conversas vão mudando: PC Farias, anões do orçamento, precatórios, privatizações, dólar na cueca, mensalão, sanguessugas, vampiros, Lulinha Gamecorp, Daniel Dantas, o dono do castelo, Petrobrás, e agora a cereja do bolo, ele, o único, o inigualável Sarney!

Sarney é como um ícone do atraso nacional (clientelismo, fisiologismo, nepotismo, coronelismo, apropriação da máquina pública, desvio de verbas públicas etc), mas o que seria do Sarney sem a legitimidade dos BMB´s? O que seria da ilha da fantasia, dos cabides de emprego, dos lobistas, do QI (quem indicou), dos cargos de confiança, dos funcionários fantasmas, dos atos secretos sem a nossa apática presença? Imaginem se no nosso lugar estivessem aqueles sul-coreanos malucos que iam para a rua protestar partindo pra cima da polícia, ou aqueles jovens em Seattle que furavam um forte esquema de segurança da OMC para protestarem contra a globalização.

O BMB precisa ter o seu papel reconhecido, somos nós que deixamos tudo correr frouxo, somos nós que damos uma cara de democracia a este coronelismo em que vivemos. O nosso poder aquisitivo acima da média nacional protege o Congresso e os palácios da miséria e da violência que fervilham em nosso entorno.

Bunda-moles! Vamos exigir os nossos direitos! Precisamos finalmente mostrar a nossa cara. Nunca antes na história deste país o bundamolismo foi tão grande. Seja ele de centro, de esquerda ou de direita. Bundamolismo no movimento estudantil chapa-branca, nos sindicatos que só vão para a frente do Congresso para pedir aumento e nos artistas que se acomodaram no conforto dos patrocínios oficiais.

Vamos exigir que se crie em Brasília o museu do bundamolismo nacional na Esplanada dos Ministérios, uma enorme bunda branca de concreto, que irá combinar muito bem com a arquitetura de Niemeyer.

Assistimos de nossas poltronas o Brasil tomar o rumo da mediocridade, sem um projeto à altura do seu papel de grande potência ambiental do planeta, que pode liderar a nova economia limpa e inclusiva que irá gerar milhões de empregos. Mas que faz o contrário, age como a eterna colônia de exportação de matéria-primas, fazendo vista grossa para o colosso chinês que irá nos engolir com a sua máquina movida à destruição ambiental e desrespeito aos direitos humanos, para criar uma efêmera ilusão de prosperidade às custas de nossa biodiversidade e da nossa água doce (estes sim os nossos bens mais valiosos). Somos testemunhas do surgimento de uma geração despreparada, tanto para a cooperação quanto para a competição, sem espírito empreendedor, fadada à eterna submissão ao “salvador da pátria” de plantão.

Assistimos de nossos computadores, quando estamos fazendo cera no trabalho, ao maior atentado à democracia desde o golpe de 64, mas desta vez o golpe não está sendo feito com armas. Está sendo feita com a ridicularização das instituições, com a banalização dos escândalos, com a desmoralização da ética e com a idiotização do contribuinte.

A bundamolização é muito mais eficaz do que o autoritarismo, ela pode ser eletrônica, através de novelas, videocassetadas, big brotheres e cultos picaretas. Pode ser química, com cerveja, maconha ou anti-depressivos. E também pode ser ideológica, com receitas milagrosas, e debates calorosos que sempre desaparecem em um clicar de mouse. Vivemos em uma sociedade anestesiada e chapada, sem rumo, imersa em ilusões baratas.

O bundamolismo nos une, não segrega ninguém, é a democracia verdadeira, que brilha por debaixo de uma crosta de hipocrisia e ignorância. E como toda ideologia que se preze, nós temos o nosso avatar, o nosso guru. Aquele que nos trás para a realidade e mostra quem realmente somos, revela o nosso eu profundo, a nossa essência. Obrigado Sarney, só você para tirar as minhas dúvidas e me mostrar o mundo real por trás das ilusões.

Sarney, nós somos duas faces da mesma moeda. Somos Yin e Yang. Nós somos os pilares deste país, um não existiria sem o outro. A sua cara de pau só existe porque do outro lado está a minha babaquice.

Bunda-moles de todo o país uni-vos! Vamos celebrar a nossa mediocridade, vamos sair às ruas gritando: Viva Sarney! Viva Collor! Viva Maluf! Viva Roriz! Viva Gim Argello! Viva Renan Calheiros! Viva Romero Jucá!Viva o presidente que não viu nada! Viva a República das bananas do Brasil!!!

Mas isso é pedir demais para um bunda-mole, vou voltar para a minha poltrona porque o Jornal Nacional já vai começar.

*Por Adelécio Freitas (um BMB legítimo).


Manifestação Nacional contra José Sarney

Mais uma vez, os brasileiros que se manifestaram pela internet se mobilizarão em uma passeata nacional, contra o presidente do Senado José Sarney e políticos envolvidos em esquemas de corrupção, nepotismo, atos secretos, mensalão e com passado sujo.

Assim como na campanha das Diretas Já, impeachment e outras manifestações populares, o movimento vai alcançando as ruas, e deverá ganhar as adesões de músicos, artistas, ONG’s, sindicatos, partidos de oposição e milhões de brasileiros.

A Passeata Nacional vai acontecer no próximo dia 15 de agosto, a partir das 14h, e quem comparecer deve levar uma máscara cirúrgica, como as usadas para se proteger da "gripe suína", escrita com a frase "Fora Sarney!"

Confira os locais das manifestações:

* São Paulo - MASP
* Rio de Janeiro -Posto 6, Copacabana (em frente à rua Souza Lima)
* Porto Alegre - Arco da Redenção
* Belo Horizonte - Praça Sete
* Salvador - Av Garibaldi
* Londrina - Calçadão em frente ao Banco do Brasil
* Florianópolis - Trapiche da Beira Mar Norte
* Recife - Avenida Conde da Boa Vista, em frente ao shopping Boa Vista
* Curitiba - Largo da Ordem 9 (onde ocorre a feira de domingo)
* Vitoria - frente ao Shopping Vitória
* Natal - Praça vermelha
* Goiânia - Praça Universitária
* São Luís - Praça João Lisboa (saída às 13h)
* Brasília - Congresso Nacional

REPASSEM AO MAIOR NUMERO DE PESSOAS!!!!!!!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Viver despenteada


Autora desconhecida

Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida te despenteie,
por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade…
O mundo é louco, definitivamente louco…
O que é gostoso, engorda. O que é lindo, custa caro.
O sol que ilumina o teu rosto enruga.
E o que é realmente bom dessa vida, despenteia…
  • Fazer amor, despenteia;
  • Rir às gargalhadas, despenteia;
  • Viajar, voar, correr, entrar no mar, despenteia;
  • Tirar a roupa, despenteia;
  • Beijar à pessoa amada, despenteia;
  • Brincar, despenteia;
  • Cantar até ficar sem ar, despenteia;
  • Dançar até duvidar se foi boa idéia colocar aqueles saltos gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível…
Então, como sempre, cada vez que nos vejamos
eu vou estar com o cabelo bagunçado…
mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida.

É a lei da vida: sempre vai estar mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir

Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável,
toda arrumada por dentro e por fora,
O aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença:
Arrume o cabelo, coloque, tire, compre, corra, emagreça,
coma coisas saudáveis, caminhe direito, fique séria…
e talvez deveria seguir as instruções, mas
quando vão me dar a ordem de ser feliz?
Por acaso não se dão conta que para ficar bonita
eu tenho que me sentir bonita…
A pessoa mais bonita que posso ser!

O único que realmente importa é que ao me olhar no espelho,
veja a mulher que devo ser.
Por isso, minha recomendação a todas as mulheres:

Entregue-se, Coma coisas gostosas, Beije, Abrace,
dance, apaixone-se, relaxe, Viaje, pule,
durma tarde, acorde cedo, Corra,
Voe, Cante, arrume-se para ficar linda, arrume-se para ficar confortável,
Admire a paisagem, aproveite,

e acima de tudo, deixa a vida te despentear!!!!

O pior que pode passar é que, rindo frente ao espelho, você precise se pentear de novo...

Enviado por DJ Lêu (o DJ do forró pé-de-serra em Brasília).

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sobre os babacas

O divertimento dos torcedores de Náutico e Sport é ver cenas como essa.

No dia do enterro de qualquer um deles eu quero estar lá para rir igual eles riram ontem.

Se o Santa Cruz quer parar de ter que passar por isso o segredo é mudar a mentalidade e, principalmente, parar de ser bonzinho, ou vai ser passado pra trás por todo mundo.

***

Atualização: Devido à grande quantidade de desocupados que me mandou e-mails hoje resolvi lançar um desafio. Quero que essa torcida venha até aqui e me mostre motivos para que eu venha a ter algum tipo de respeito. Pra falar a verdade quero que a quantidade de motivos a favor passe a quantidade de motivos contra - atualmente perdi a conta.

Para isto usem os comentários deste post, respostas inválidas ou que não sejam dadas por aqui vão direto pra lixeira.

E para os burraldos que me mandaram imagens no e-mail, programei o gmail para não as abrir pois não estou afim de receber arquivos maliciosos (vírus, trojans, malwares em geral, etc.) de marginais.

Atualização 2: Nos comentários onde está escrito Esta postagem foi removida pelo administrador do blog, leia-se Resposta errada.

E pra quem pensa que estou me estressando e sofrendo, pelo contrário. Ver a lixeira entupindo me diverte cada vez mais. Se quiserem continuar até transbordá-la, à vontade, quem vai se diminuir cada vez mais são vocês.

domingo, 9 de agosto de 2009

Seu Ronca e a eleição de 1989


Mais uma contribuição de Seu Ronca, aproveitando a semana tumultuada que tivemos no Senado. Muito bate-boca e muita demagogia.

Na terça mostramos um vídeo da campanha de Collor na eleição de 1989 descendo o sarrafo no então presidente José Sarney, comportamento bem diferente do atual, vinte anos depois. O candidato acusava o presidente de querer tumultuar o pleito com o intuito de, segundo ele, garantir que assumisse um governo que fosse conivente com a corrupção(!).

Bom agora colocamos o vídeo do candidato que foi o pivô dessa confusão toda. Ele mesmo, o Homem do Baú Sílvio Santos.




É o 26! É o 26!...

Sílvio tentou se candidatar depois do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral, por isso as cédulas estavam, como vimos no vídeo, com o nome de Corrêa (que mico hein?) - o candidato Armando Corrêa foi quem cedeu a vaga para que Sílvio entrasse na disputa. A justiça depois impugnou a candidatura mas a propaganda entrou definitamente para os anais da política brasileira.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Coronel de quê???



Vossas Excelências poderiam me dizer quando é que vão parar de ir para o Senado só para dizer o que os nobres colegas andam fazendo com o dinheiro público e vão finalmente voltar a legislar? Já chega! É um tal de denúncia pra lá, representação pra cá, discussão de temas importantes para a nação que é bom nada né?

Eu sei que em 2011 todos vocês vão estar de volta, mas por favor, tenham um mínimo de compostura e peguem leve na hora de esfregar na nossa cara o quanto somos idiotas de votar toda eleição nos mesmos saf... ops, digo, em Vossas Excelências.

Seu Ronca, eu sei que hoje o senhor ia postar aquele vídeo que combinamos, mas não podia deixar de citar este picadeir..., digo, episódio. Amanhã a gente coloca.

Sem mais.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

O Estadão e o Cobra

A escalação do time: Desembargador Dácio Vieira; sua mulher Angela; a mulher de Agaciel, Sanzia; José Sarney; Agaciel Maia; e o senador Renan Calheiros no casamento da filha de Agaciel - Foto: Reprodução - Créditos: Estadão.com.br e Blog do Noblat

Eu já estou me cansando de vir aqui pra escrever sobre nossa digníssima Casa da Mãe Jo... Ops! Casa da Democracia. Vocês que me desculpem mas o Caso Sarney já está tomando traços tragicômicos com os últimos acontecimentos.

Na sexta passada o Desembargador Dácio Vieira do TJDFT proibiu através de liminar que o jornal "O Estado de São Paulo" publicasse notícias a respeito do inquérito que investiga Fernando Sarney, filho do presidente do Congresso - no caso publicar informações "sob segredo de justiça".

Se as informações do inquérito são ou não sigilosas infelizmente não posso afirmar nada, ainda mais me baseando apenas no que leio na imprensa, e por um motivo simples e que quem entrou com a liminar não se atentou: quando se limita o caminho da mídia logo começa os gritos de "censura", "arbitrariedade", etc., ou seja, o grito se ouve mas não se vê se eles procedem ou não.

Independente de tudo isso Sarney Pai logo tratou de tirar o dele da reta dizendo não ter sido consultado e que por conta disso não pode ser responsabilizado pela decisão. Ora pelo amor de Deus, é muita coincidência a decisão partir de alguém que é amigão de quase todo mundo que está envolvido nos últimos escandalos, seja dos envolvidos diretos, seja de quem está defendendo os envolvidos diretos - a foto acima publicada pelo Estadão* ilustra bem esta proximidade. E aí das duas uma: se Sarney influiu na decisão (ou se foi o filho ou quem quer que seja) deveriam ter escolhido um desembargador menos suspeito para baixar a liminar, e se estiver tudo limpo e não houver nenhuma influência era obrigação do Magistrado declarar incapacidade de tomar tal decisão pela proximidade que possiu com os autores do pedido.

Outro vacilo, este bem gritante, nesta história é que nenhum dos envolvidos se atentou para algo importantíssimo: no Brasil a imprensa é intocável e não pode ser contestada, se alguém fizer qualquer coisa contra isso (como fizeram agora) é "censura", "coisa da ditadura", "AI-5" e blá bla blá. Sarney quando foi presidente presenciou bem a proporção que o veto à informação toma aqui no país. Em 1986 o Ministro da Justiça Paulo Brossard proibiu a exibição do filme Stallone Cobra nos cinemas brasileiros, isso só fez atiçar a curiosidade do povo, que logo correu para os cinemas para conferir o que tinha de mais no filme tão logo ele foi liberado. Todo mundo se deu mal, é verdade (o filme é uma porcaria), mas ficou a lição - se liberar e ruim, proibir é pior ainda.

E ainda me vem o Senador Pedro Simon dizer que "O homem da transição democrática agora comete um ato da ditadura". Transição democrática??? Pelo amor de Deus, o que é que tem de democrático na figura de José Sarney? O homem representa tudo que há de mais reacionário na História do Brasil, já foi udenista, presidente da Arena, foi vice de Tancredo como dissidente do PDS, a família dele controla a mídia maranhense, enriquece vivendo no estado de pior desenvolvimento humano do país... chega né? Já tá bom.

Aliás, falando em Pedro Simon, outro episódio marcante foi o bate-boca protagonizado por ele e por Fernando Collor, senador e cão-de-guarda da trincheira que se formou para defender Sarney. o primeiro inclusive disse que ficou com medo do olhar de fúria do segundo. Medo!

Mas sobre isso não vou falar nada, aliás a imprensa já falou até demais e não tenho nada a acrescentar.

Quem vai falar alguma coisa agora é ele, ou melhor elle.



O contexto é o seguinte: Silvio Santos tentou naquela eleição se candidatar fora do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral. Collor interpretou o ato como uma tentativa do então presidente de tirar votos dele e, por isso, descascou em cima de Sarney. No fim a candidatura do Homem do Baú foi invalidada e o resto da História todos já conhecem.

Vale lembrar que o próprio Collor se utilizou uma vez do mesmo artifício que o filho do Sarney usou agora, e aí sim foi censura escancarada. No ano de 1993, ou seja o seguinte ao impeachment, a Rede Manchete iria exibir uma novela chamada O Marajá, contando a história de uma país fictício governado por "Elle" (Elle é o nome do personagem). O ex-presidente conseguiu uma liminar impedindo a exibição alegando a utilização de sua imagem, porém se tratava de uma paródia - igual a que vários humoristas fazem e nunca tinham tido problemas deste tipo desde a Nova República. E ficou por isso mesmo, até as fitas gravadas sumiram.

Sobre o vídeo, tem coisa que ele disse aí que eu estou esperando até hoje, vinte anos depois. Direto do túnel do tempo. Colaboração de Seu Ronca, digo, do Youtube.

Política é mesmo uma piada.

*Não podemos esquecer que o Estadão é parte interessada nesta de divulgar esta foto, pelo menos no que diz respeito ao contexto, etc. No fim das contas fica difícil tomar qualquer partido com tanta confusão.

***

Atualização: Pelo visto o vídeo ontem foi o hit (pra não dizer só o assunto) do dia. Foi parar até no site da Época.

"Eu não aceito (...) que se trate desta forma um homem (Sarney) que governou o Brasil, que cumpriu a transição democrática com grandeza e maestria(???), e que hoje está sendo vitimado por acusações de toda a natureza."

Digam que elle não disse isso! É muito para a minha inteligência.

domingo, 2 de agosto de 2009

Lixeira


Espaço reservado para babaquices e asneiras em geral.

Se você é babaca, arrogante, preconceituoso, é impossibilitado de desenvolver uma conversa civilizada, tem a mãe na zona, só fala idiotice e é torcedor do Sport (não necessariamente nesta mesma ordem) sinta-se a vontade para comentar aqui.

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Atualização: Os comentários não são mais moderados.

Atualização 2: Além de tudo estes imbecis demonstram ser porcos e mal-educados: eu coloco a lixeira aqui e eles ficam jogando o lixo fora dela.

Cemitério de lojas


Já que falamos do retorno do Mappin e da Mesbla no post anterior, obviamente vem à memória outras empresas do ramo que simplesmente sumiram e ficaram apenas na memória de botequim.

Estão vendo o prédio da direita na foto acima? É o Venâncio 2000. Até meados da década de 90 era o shopping com a maior quantidade de lojas no Distrito Federal. Assim como várias lojas de rua sofreu com a concorrência dos novos shoppings que surgiram, principalmente este que aparece à esquerda da foto - o Pátio Brasil. Hoje possui um andar inteiro desativado por conta da debandada de lojas e mesmo as que ainda sobrevivem acabam por ilustrar o caráter agonizante do edifício. Recentemente as marquises da entrada em frente ao SHS foram retiradas, o que deu um ar mais tétrico ainda.

No segundo subsolo ficava a loja âncora do shopping: As Casas da Banha, que ocupava metade do andar. E já que tocamos no assuto vamos incrementar a conversa de botequim. Sempre tem aquele que tenta lembrar de lojas antigas que havia em Brasília para impressionar os amigos, mas no fim das contas o que aconteceu com elas:

Já que falamos nas Casas da Banha vamos começar por ela. A rede de supermercados carioca possuía cinco lojas no Distrito Federal: a do Venâncio 2000, a do Brasília Rádio Center, a da 513 norte, a de taguatinga e a de sobradinho. Com o fechamento da rede em 1992 por "questões de ordem financeira" os condomínios tiveram que se virar para ocupar as grandes áreas onde ficavam o supermercado.

Destino semelhante tiveram duas lojas tradicionais e que sempre são lembradas pelos saudosistas como sinônimo de Brasília. A Bi Ba Bô existia desde 1957 - ou seja, mais antiga que Brasilia - e sempre ocupou aquela loja da 508 sul. Chegou a iniciar a construção de um grande magazine nos moldes do Mappin paulista, mas as dificuldades financeiras acabaram por interromper a obra e deixar o esqueleto abandonado. Em 2007 foi realizada a implosão do mesmo e em seu lugar foi erguido um moderno prédio de escritórios. Já a sua irmã informal (ninguém lembra de uma sem lembrar da outra), a Fofi, ficava na 510 sul e se destacava por vender artigos para recém nascidos e nunca deixava de aparecer na mídia, o que fez com que sua marca nunca deixasse de ser lembrada. As duas, assim como diversas lojas tradicionais como as Casas Nordeste, sucumbiram com a decadência que se abateu na W3 sul durante a década de 90.

Já uma outra rede de supermercados se acabou por outras razões. A Cobal (Companhia Brasileira de Alimentos), empresa pública que era vinculada ao Ministério da Agricultura, foi fundida com a Cibrazem (Companhia Brasileira de Armazenamento e formou a Conab durante o Governo Collor, com isso seus supermercados foram fechados, os imóveis repassados a outras redes e a Rede Somar - mercados menores, de particulares, que eram abastecidos pela empresa como numa franquia - extinta, deixando os estabelecimentos vinculados por conta própria. A maior das unidades da Cobal ficava na Entrequadra 310/311 e hoje abriga um Carrefour Bairro. Destino semelhante teve a SAB, a equivalente a Cobal no GDF, e que era famosa por seus Mercados Volantes, expediente que a Cobal também possuía.

Havia também as lojas ligadas à Companhia Brasileira de Distribuição. A mais famosa delas era o Jumbo que possuía lojas no Conjunto Nacional, no Gilberto Salomão, na 502 e na 516 sul, em Taguatinga, entre outras. Durante a década de noventa o grupo passou por uma reformulação estrutural e as outras marcas pertencentes a CBD como Minibox, Superbox (tinha em Taguatinga e no Guará) e Sandiz (ocupava toda a parte esquerda do Parkshopping onde hoje fica a praça da alimentação e a Fnac) foram incorporadas ou à marca Pão de Açucar ou à marca Extra.


Havia também a Sears (satisfação garantida ou seu dinheiro de volta, lembra?). Ficava na parte acima de onde hoje é a Riachuelo no Conjunto Nacional. Se juntou à Sandiz e seguiu o mesmo destino listado acima.

Outros supermercados menores foram sucumbindo com o tempo. Alguns exemplos: Panelão (EQS 306/307 e Venâncio 3000), Chapecó (Av. Hélio Prates - Taguatinga), Slaviero (505 sul, isso mesmo, atrás da concessionária, lembra?), Bom Motivo (ocupou a loja posteriormente), Planaltão (foi comprado pelo Carrefour e virou Champion), entre outros. Quem lembrar de mais pode postar nos comentários.

E as lojas do texto anterior? Da Mesbla todo mundo lembra: ficava ao fundo do Parkshopping onde hoje fica a Renner. As Brasileiras ocupavam dois andares do Conjunto Nacional, mais precisamente o primeiro (na área onde está atualmente a Zelo e as lojas em volta) e o térreo (onde está a Novo Mundo). E poucos sabem, mas chegou a ter uma loja do Mappin em Brasília, a mesma foi inagurada junto com o Pátio Brasil para ser uma das lojas âncora do novo shopping mas foi fechada junto com toda a rede dois anos depois, no local está agora a loja Otoch.

Enfim, muitas marcas não resistiram às mudanças do mundo, mas na memória provavelmente irão existir eternamente, pelo menos enquanto houver engraçadinhos a invocá-las para impressionar os colegas de bebedeira.