segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Corrupção? Nossa! Que surpresa...

Imagem: TV Globo/reprodução

Mas, obviamente, estou sendo irônico, ainda mais a nível de política no Distrito Federal.

A única novidade desta vez é que agora há vídeos, um mais tosco do que o outro, mas tudo de coisas que até o mais ignorante dos eleitores já sabia que acontecia. Vimos meias recheadas de dinheiro, orações pedindo para Deus que ninguém seja punido. Como disse minha mãe, imagine então o que deve rolar em salas onde não há câmeras e em telefones que não estão grampeados.

Arruda e companhia estão sendo ameaçados por todos os lados: de abandono pelos partidos aliados, de desfiliação pelo DEM, de impeachment pela OAB, etc. Diga-se de passagem é como sempre funcionou no Brasil - o punido não é aquele que comete o erro, é aquele que não consegue escondê-lo. E convenhamos, Arruda se mostrou um belo de um amador nessa arte de parecer honesto que impera no Brasil pois caiu no vacilo de ser descoberto duas vezes (lembram da violação do painel?). Ou seja, um reincidente.

E falando em OAB, a mesma (tanto a nacional com a seccional do DF) já se pronunciou dizendo que vai solicitar o impeachment do governador. Tal atitude vai ser posta em vitação na quarta ou na quinta para, em caso de aprovação ser encaminhado à Câmara Legisla... EPA, PERAE! Como é que eles cogitam entregar tal pedido para uma casa que está cheia de gente envolvida no mesmo caso? E aí, para onde é que a gente corre?

Sim, a Câmara. Ah a nossa amada Câmara Distrital. Todo mundo sabe que aquele é um antro de gente que só quer saber do binômio da vida boa - ganhar muito e fazer quase nada - só tendo que engambelar o povo hora ou outra. O digníssimo presidente Leonardo "dinheiro na meia" Prudente já anunciou uma medida: vai apresentar uma representação contra todos os envolvidos, inclusive ele mesmo.

Era só o que me faltava para atentar contra a minha inteligência, o homem da meia vai se denunciar à Camara. É mole?

Agora o mais interessante disso tudo. Em todos os meios de comunicação foi falado que o esquema começou no governo Roriz. E só. Todo o resto como imagens, gravações, envolvidos, etc. dizem respoeito a eventos ocorridos durante o governo Arruda, não se divulga nada a respeito de eventos que dizem ter acontecido durante o governo Roriz. Desse jeito a cobertura do episódia parece claramente preparar o terreno para um eventual retorno triunfal do "messias" contra aqueles que se rebelaram em 2006 (prestem atenção no nome dos envolvido e verão que eu tenho razão).

E aposto que tanto eu como você que está lendo este texto agora está rindo de tudo que está sendo divulgado na imprensa, mas tem certeza absoluta de que as mesmas figurinhas baleadas de sempre da política candanga continuarão a ser eleitas no pleito do ano que vem, se não os envolvidos gente de igual quilate. E aí veremos cenas como estas se repetindo sempre, e sempre, daí a pior.

Por enquanto deleitemo-nos com as explicações, desculpas e com o desenrolar dos fatos enquanto a imprensa mantiver tais fatos quentes na primeira página. É o que podemos fazer no momento para esfregar em nossas caras o quanto somos idiotas.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Curtinhas - Porta enguiçada

Marcopolo Paradiso 1200 G7 MBB O-500 RS. A foto é minha.


Essa vai para os meus amigos busólogos.

Rodoferroviária, 13:30. Estava eu fazendo hora em meu horário de almoço do trabalho e aproveitei para tirar fotos dos ônibus que aparecessem, para minha sorte estavam na plataforma dois ônibus que começaram a rodar este mês, da novíssima Geração 7 da Marcopolo.

Flagrei este aí da Real Expresso com cara de escolar e outro da Viação Goiânia lá do lado de fora. Quando passo na frente da porta do ônibus percebo uma aglomeração em volta da mesma e olho o motorista fazendo força para abrir a porta que separa a cabine dos passageiros. Embaixo os curiosos especulando que a porta enguiçou, que a fechadura era eletrônica, que tinha uma senha, etc. etc.

Pra variar a culpada é a tecnologia.

Até que me atrevo a subir para ajudar o motorista. Vi que ele constantemente apertava um botão no painel e voltava a puxar a porta, e nada, mexia nos cantos da porta que supostamente estavam travando a porta, e nada.

Por fim olho para a porta e vejo algo escrito em seu vidro, bem grande:

PORTA CORREDIÇA
deslize-a para a direita


indico o escrito ao motorista que fica meio sem entender, explico para ele e a porta desliza suavemente para trás de sua cadeira, diferente do que é habitual onde a porta avança pela cabine obstruindo a passagem se não completamente aberta.

Design 1 x 0 Ignorância.

P.S.:O ônibus está sem placa. Cliquem na foto e confiram.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Uma chance para a democracia (ou Todo Cuidado com Hélio Costa é Pouco)

Por Inácio França, jornalista

Estou em casa repousando, depois de um ataque de cólicas renais, a pior dor que senti em minha vida. Corrijo: a segunda pior. A queda para a terceira divisão em 2007 me prejudicou mais.

Quando algum médico me manda repousar, costumo seguir o conselho ao pé da letra. Nem passa pela minha cabeça desobedecer, já não gosto de trabalhar, quanto mais com recomendação médica. Saí do hospital escolhendo qual DVD da minha coleção pirata iria assistir hoje, na possibilidade de avançar no livro de Milton Hatoum e de atualizar a leitura da Carta Capital. Só não fiz tudo isso porque o analgésico que me mandaram tomar dá um sono danado.

A Carta Capital é a única publicação que assino, por isso faço um esforço imenso para não desperdiçar dinheiro deixando a revista intacta em algum canto da casa, para me informar e tentar transformar informação em conhecimdngo, minha opção é sempre pelos blogs e sites disponíveis na web. E foi exatamente uma matéria a respeito das perspectivas do acesso à banda larga no interior do Brasil, publicada na edição da semana passada (vejam como estou atrasado), que me motivou a atualizar o Caótico com essa “elocubração”.

O texto assinado pelo repórter André Siqueira revela a intenção do presidente Lula de iniciar um grande programa para interiorizar e democratizar o acesso à Internet, mas informa que as coisas ainda não saíram do papel por causa de uma disputa interna na Esplanada dos Ministérios. De um lado, está o eterno funcionário da família Marinho, o ministro das Comunicações, o senhor Hélio Costa. Do outro, o secretário de Tecnologia de Informação do Ministério do Planejamento, o menos conhecido Rogério Santanna.

Cada um apresentou sua proposta ao presidente.

O plano de Hélio Costa é todo fundamentado nas grandes operadoras de telefonia do País: a Oi, Embratel, Telefônica, Vivo, Claro e a Tim. Essa turma investiria R$ 16 bi para criar 30 milhões de conexões Brasil afora. A matéria não diz, mas duvido que esse dinheiro saía dos bolsos das empresas. Aposto que para variar estão de olho no caixa do BNDES.

O ex-repórter da Rede Globo batizou sua proposta de Plano Nacional de Banda Larga, mas as empresas só garantem conexões de 250 k a 1 Mega, aquele serviço caro e ruim que conhecemos nas capitais. A proposta finge ignorar o fato de que as Nações Unidas só consideram Banda Larga as conexões com mais de 2 Mega. Queria ter a cara-de-pau desse ministro.

A proposta do Ministério do Planejamento é completamente diferente. A ideia é usar os 31 mil quilômetros das redes de fibra ótica das empresas estatais de energia (Eletrobrás e Chesf, por exemplo) para levar internet de altíssima velocidade às instituições públicas, telecentros não-governamentais, universidades federais e escolas da rede de pública de ensino. O custo dessa empreitada, segundo a Carta Capital, seria de 1,3 bi.

As conexões domésticas ou das empresas das cidades do interior ficariam sob responsabilidade de pequenas empresas, sim porque ainda existem no Brasil pequenas empresas de internet que resistem ao poder das gigantescas e ineficientes teles.

A disputa não é pessoal. Não há vaidades em jogo. As duas propostas refletem modos diferentes de encarar o mundo e a sociedade.

Hélio Costa defende, de uma só vez, os interesses das grandes empresas de telefonia e dos latifundiários da comunicação. Se o presidente Lula optar pela sua proposta, irá garantir os negócios e os privilégios de empresas como a monstruosa Oi, que fornece seu serviço Velox e o usuário que se lasque para pagar ou reclamar.

Ao mesmo tempo, com serviços pagos a peso de ouro de, no máximo, 1 Mega, o poder de influência das TV e das rádios ganharia uma sobrevida. O que uma coisa tem a ver com a outra? Esse conflito está diretamente relacionado à luta pelo poder de continuar ditando as regras da formação cultural e política da sociedade.

Com uma internet lenta como quer Hélio Costa, a revolução das redes sociais e das lan houses estaria sob contenção, ainda continuaria difícil assistir a filmes e vídeos no computador. Esse direito continuaria privatizado para poucos, ou seja, pelo menos durante mais algum tempo permaneceria exclusivo das famílias Marinho, Sirotski, Saad, de Silvio Santos, do bispo Macedo e dos seus cúmplices regionais, como Paes Mendonça aqui em Pernambuco, Maioriana lá no Pará ou os Magalhães na Bahia.

Se, com conexões lentas, rapazes e moças do interior do Brasil já lotam as lan houses em horário nobre, imaginem como ficaria a audiência da novela e do Jornal Nacional se essa moçada puder assistir coisa melhor ou disponibilizar para o mundo seus próprios vídeos produzidos na escola?

Para se ter ideia do potencial da internet com acesso rápido, vale citar uma pesquisa da Vox Populi, cujos resultados foram comentados por meu amigo Marco Bahé no Acerto de Contas: 56% dos entrevistados afirmaram que sua principal fonte de informação ainda é a TV, porém a mídia que aparece em segundo lugar, com mais de 20% de citações como principal fonte de informação, são os sites e blogs. Os jornais, cada vez mais insignificantes, foram citados por apenas 10% das pessoas entrevistadas.

Percebo que o plano do Ministério do Planejamento pode causar uma ferida mortal e purulenta no latifúndio virtual, pois encara a comunicação como um direito público a ser garantido para todos e não como um negócio que só pode tocado por alguns poucos. O acesso rápido possibilitará que escolas e universidades públicas troquem informações com outras instituições do mundo todo fazendo ligações pela internet, economizando na conta telefônica (olha aí o ministro defendendo os interesses das teles).

Além disso, a proposta pode gerar renda e emprego com centenas de empresas locais investindo em tecnologia e serviços confiáveis em localidades no Semi-árido nordestino ou à margem dos grandes rios amazônicos.

Por tudo isso, temos que ficar de olho em qual será a decisão do presidente da República, precisamos usar o poder dos blogs e dos sites para que mais gente saiba do que está acontecendo e pode vir a acontecer. Sinceramente, creio que essa é uma informação que vale a pena passar adiante, pois dificilmente esse tema terá espaço na mídia corporativa, nós que povoamos a internet é que temos a obrigação de tocar essa discussão.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A vida continua... mas não será a mesma

Quis usar uma foto mais suave do que a do lance do Henry

Por Sandro Meira Ricci, árbitro de futebol

“A vida continua.” Foi assim que o árbitro sueco, Martin Hansson, respondeu à imprensa sobre o gol de mão da França que tirou a Irlanda da Copa do Mundo de 2010. Sabemos, porém, que a vida de muitas pessoas (inclusive do árbitro) não será mais a mesma depois daquela partida.

Afinal, como um pai que ensina seu filho a ser honesto para vencer na vida explica que a seleção de seu país não irá para Copa do Mundo em razão de uma derrota sofrida com um gol ilegal do adversário? Como esse pai explica ao avô da criança, já idoso, que provavelmente ele não terá mais a oportunidade de ver sua seleção disputar uma Copa do Mundo em razão de um gol ilegal? Como um jogador de renome mundial, idolatrado por inúmeras crianças, se propõe a dar um péssimo exemplo, agindo de modo a alterar o resultado de uma partida, por meio da burla ao texto e ao espírito das regras do futebol?

Desde o momento em que presenciei o gol de mão do atacante francês Thierry Henry, procuro respostas para essas perguntas. A única explicação para que esse tipo de atitude ainda sobreviva no futebol mundial é a busca da vitória a qualquer preço, associada à impunidade na esfera desportiva.

Por mais contraditório que possa parecer, a trapaça de Henry é vergonhosa e ao mesmo tempo “normal”. É impressionante como o futebol, do ponto de vista mercadológico, estimula essa cultura da desonestidade, em que os fins justificam os meios e assim será enquanto não houver punição severa a quem desonra o esporte.

Ao assistir à comemoração da classificação da França, me restou o único conforto de perceber a vergonha do cabisbaixo Henry ao saldar seus súditos franceses e confortar os honrados irlandeses. Mas essa vergonha compensa a decepção da criança, do pai e do avô na Irlanda?

Aliás, depois do gol de Henry, quem não lembrou do gol de mão de Maradona na Copa do Mundo do México em 1986? A Campanha Jogo Limpo (“Fair Play”) da FIFA foi concebida como resultado direto daquela lastimável ausência de espírito esportivo do argentino. A Campanha visa a apresentar os benefícios de jogar conforme as regras, usando o bom senso e respeitando os jogadores, árbitros, adversários e torcedores. Nesse sentido, a Fifa também criou um código de conduta para reforçar o princípio moral e ético de que a vitória só tem valor se for conquistada de maneira limpa, justa e honesta, e estabeleceu uma premiação anual para grupos ou indivíduos que contribuíram largamente para a promoção do fair play no futebol. Em tempo: Henry perdeu uma grande oportunidade!

O fato de o futebol ter se tornado um grande negócio não impede que os agentes do futebol, especialmente suas maiores estrelas que são os jogadores, tenham uma conduta ética e responsável. Afinal, ética é fazer o certo quando se tem algo a perder. Ser digno mesmo na derrota. Observar as regras do jogo. Honrar os efetivos interesses do futebol. Promover a boa reputação do esporte. Enfim, jogar limpo para o bem do esporte (Fair Play for the Good of the Game).

Sandro Meira Ricci é árbitro de futebol, aspirante à Fifa, e atuou em 16 partidas da Séria A do Campeonato Brasileiro deste ano.

Publicado originalmente no jornal Correio Braziliense - 23/11/2009

sábado, 21 de novembro de 2009

Engenheiros do Hawaii - Pra ser sincero



Uma banda gaúcha, tudo a ver.

Como identificar uma "amiga"


Homens, tenho certeza que vocês já passaram por coisas semelhantes ao que está listado abaixo, e por isso mesmo conto com vocês para alimentar este tópico.

É fato que mulheres mentem, é fato também que elas não admitem que mentem, é mais fato ainda que elas acham que os homens mentem mais só para elas mentirem a vontade (é autodefesa, dirão).

Mas agora listarei algumas coisas pelas quais não se deve confiar nas mulheres (não necessariamente nesta mesma ordem):

  • Mulheres vivem dizendo que estão atarefadas mas na verdade não querem ser amoladas;
  • Mulheres nunca ligam para um homem, elas nunca tem crédito, só praqueles bonitões de olho azul com cara de pegador;
  • Mulheres dizem que tem um tipo específico de homem que elas gostam mais. Não, não é o mais bonito, é o da carteira mais recheada;
  • Carteira recheada nem sempre é o suficiente, o homem ideal não pode andar de carro 1.0, tem que ser de Audi A3 pra cima;
  • Mulheres hoje em dia são todas concurseiras, mas você nunca vê nenhuma delas estudando;
  • A mulher nunca pode sair com você, mas o orkut dela está cheia de fotos de balada;
  • Quando uma mulher diz que você é amigo dela é porque ela não quer que você ouse se apaixonar por ela;
  • Quando ela diz isso sempre em vez de te chamar pelo nome ela está querendo dizer que você é feio demais pra cogitar se relacionar com outra mulher um dia;
  • Se você se enquadra em algums dos dois últimos exemplos pode ser que ela queira te apresentar para alguma outra amiga e vai acabar vendo uma te empurrando para a outra;
  • Na verdade todas dizem "não fica assim, logo você vai achar outra menina" depois de você ter tomado o trocentésimo toco, te credenciando até a jogar na NBA, isso é sinal de que o jogo de empurra nunca vai terminar;
  • No fim das contas ela vai sair com vc trezentas vezes, sempre dizendo que eatá numa fase de só curtição. Quando esta fase acaba? Quando ela parar de falar com você e começar a se encontrar com o bombadão cheio da grana;
  • Ela não pode te ver porque está estudando para concurso, até que do nada ela aparece namorando outro cara;
  • Elas dizem que gostam de caras românticos, sentimentais e inteligentes. Elas só ficam e namoram com bombados baladeiros que andam de Golf, afinal nenhuma mulher quer ser vista pelas amigas aos beijos com alguém com cara de nerd;
Continua, afinal de contas mulher e sinceridade são coisas que não combinam, tipo água e óleo.

Achou ruim? Então proteste aí nos comentários. Quero só ver.

Jogo de empurra (ou Palavras nas quais não acredito)


Chega de eufemismos, de indiretas e coisas do gênero. Depois de mais uma vez que ocorreu (cheguei a mencionar tal fato em um outro texto) resolvi criar umo coisa que chamo de TAC.

TAC? Mas o que raios é TAC?

TAC é a sigla que criei para Texto de Alimentação Constante. Significa que este texto não acaba aqui, ele será constantemente alterado com a inclusão de novos itens.

No caso haverá uma lista que será acrescida de novos elementos sempre que houver a ocorrência de surgi-los. O objetivo disto é servir de memória para me resguardar (e para que outros que o façam também) de duas coisas nas quais não confio: Em mulheres e em políticos.

Hoje vou iniciar uma lista com elementos sobre mulheres. Em breve iniciarei o de políticos assim que obter material suficiente.

Como identificar uma "amiga"
Como identificar um político profissional (em breve)

domingo, 15 de novembro de 2009

Microfone para a torcida do Flamengo

Por Guilherme Rocha*

Acabo de flagrar a instalação de dois microfones em frente à arquibancada destinada à torcida do Flamengo aqui no estádio dos Aflitos. Moro num prédio situado atrás da referida arquibancada, o que me permite registrar a imagem.

Imagem do setor da arquibancada do lado do Country Club, onde ficará a torcida do Flamengo

Detalhe do equipamento utilizado pela emissora

A exemplo do que foi feito no jogo Sport x Corinthians no ano passado pela Copa do Brasil, os telespectadores terão uma impressão equivocada da participação das torcidas no estádio, com o áudio da torcida visitante superando o da maioria.

Recentemente assisti ao jogo entre Fortaleza e Vasco, no estádio Castelão (em rede nacional pela TV Globo), onde tal estratégia foi também descaradamente utilizada, mostrando um comportamento tendencioso em favor dos times do eixo Sul-Sudeste.

Faço essa denúncia na tentativa de coibir a repetição de tais comportamentos por parte da imprensa, que por definição em eventos esportivos deveria observar a imparcialidade, e ainda para que isto não passe despercebido mais uma vez sem que haja ao menos uma crítica formal.

*Guilherme Rocha é torcedor do Náutico

***

Nota: O texto acima, assim como as fotos foram retiradas do Blog do Torcedor do Jornal do Commercio. Apesar de não concordar com a linha editorial do referido blog, acreditei ser importante divulgar o ocorrido.

Durante a transmissão realmente havia a impressão que só a torcida do Flamengo gritava. Além disso durante o intervalo a Globo mostrava apenas imagens da torcida do Flamengo, em especial aqueles que portavam faixas alusivas à emissora, ao time carioca ou aos dois junto com o nome de alguma cidade, o que aparentemente quer passar uma conotação de que no Nordeste só se torce para o Flamengo.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Rock'n Roll Doctor (II)

Mais ilustrações do colega Pablo Gomes.

Joey Ramone

Elvis Presley

Angus Young

Para conhecer mais do seu trabalho clique aqui.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O mundo anda muito louco...

Alguém aí empresta uma lanterna?

Eu cheguei aqui para comentar o episódio da menina da Uniban que... bom, se eu for explicar o ocorrido vou acabar tomando partido de uma das partes de acordo com as palavras que usar. Então deixo vocês com um link para um artigo escrito pelo Flávio Gomes.

De um dia pro outro o assunto mudou completamente, e num piscar de olhos (ou seria de luzes) metade do Brasil e o Paraguai estavam às escuras.

No momento do ocorrido estava na UnB e senti as luzes começarem a falhar, o chamado "pico de energia". Cheguei a comentar com uma colega minha na hora que a luz estava ameaçando acabar.

Não acabou, pelo menos não ali. Ao cheghar em casa me deparo com o noticiário informando do apagão que assolou praticamente o país inteiro, com informações desencontradas dizendo vagamente as cidades e estados sem energia. Mostrando incessantemente São Paulo e Rio às escuras (como se não houvesse mais nada no país para mostrar).

O mais engraçado é que os jogos da Série B, até onde sei, correram normalmente. Só um jogo foi afetado e foi aqui em Brasília, que foi um dos estados menos afetados. Brasiliense e São Caetano se enfrentaram hoje e o jogo terminou 2 x 2.

O mais engraçado é a pressa que o governo teve em desvincular a queda de energia com o racionamento de 2001. Mais uma demonstração de que este povo pensa mais em se manter no poder do que em trabalhar pelo país.

Este ano já tivemos a queda do avião da Air France, a morte de Michael Jackson, a crise no Senado e o golpe em Honduras, e isso é o que eu me lembro. Agora teve o vestido da menina da Uniban e o apagão. Como será que este ano vai acabar?

***

Atualização: Eu ia ficar quieto, mas já que provocaram... pelo visto vai ser bem iluminado.

Mas tudo bem, não tenho pressa.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O que o muro tem para nos ensinar

É muita gente!

Hoje faz vinte anos que uma falha de comunicação desembocou num símbolo de mudança.

A Alemanha vinha de uma divisão que já durava quarenta anos entre o oeste capitalista e o leste comunista. Para conter a grande migração de alemães orientais para o lado ocidental foi erguido o Muro de Berlim, que segurou este êxodo até aquele dia.

Aquele dia. O dia 9 de novembro. Neste dia foi anunciada pela TV uma decisão de abolir as restrições de viagens de alemães orientais para o Oeste. O povo interpretou aquilo como uma permissão para passar para o outro lado e começou a se aglomerar em frente aos postos de fronteira gritando palavras de ordem para que abrissem passagem para a multidão. Os guardas, que ainda não haviam sido instruídos sobre como proceder quanto a decisão anunciada horas antes, se viram num dilema: abrir os postos ou abrir fogo contra àquela quantidade enorme de gente que só fazia aumentar?

Optou-se pelo primeiro e a partir daí a Alemanhã começou a se unir, acima de qualquer ideologia, seja capitalista, seja comunista.

Desde que findou a segunda guerra mundial e procedeu-se com a divisão da administração do que sobrou da Alemanha os dois blocos, de capitalistas e comunistas, usaram sempre que puderam o território alemão - e principalmente Berlim - como massa de manobra para fazer pressão contra o outro lado. Eventos históricos a parte (quem quiser pode começar a pesquisar aqui), culminou-se na construção do muro por iniciativa do lado comunista.

Alemanha Ocidental - Alemanha Oriental

Os meios de comunicação em geral tendem a criar um maniqueísmo entre a Almanha Ocidental capitalista democrática e boa e a Alemanha Oriental comunista tirânica e má. Não vejo desta maneira. Nehum dos dois lados estava certo ou errado, nem é melhor ou pior do que o outro. Existem muitas nuances que são ignoradas e só a disputa política a nível mundial explica a existência do muro, afinal de contas se americanos e alemães ocidentais tivessem achado ruim a construção do muro eles simplesmente iam lá e derrubavam por iniciativa única deles.

E o que dizer do muro que divide EUA e México? E o entre Israel e a Cisjordânia (como o mundo dá voltas) que ninguém comenta? O moro caiu, mas se ergueram outros, numa prova de que a humanidade não aprende mesmo.

Enfim, o que quero ilustrar, acima de qualquer posição, é a força do povo na hora de querer reivindicar o direito de atravessar o muro, o que deixou os soldados incumbidos de deter tal avanço completamente sem ação.

Por fim decidiu-se abrir. Falou mais alto o bom senso de não tentar promover um genocídio que seria condenado por todo o planeta.

Se em todos os cantos do globo as pessoas deixassem em casa o pensamento individualista de ganhar na vida passando, se necessário, por cima dos outros, e se unissem assim para reivindicar melhorias e vontades coletivas de toda espécie, aí sim o povo mostraria sua verdadeira força e a democracia existiria em sua plenitude.

Os "ossies" se uniram para derrubar o muro. Tá certo que foi para poderem curtir a festa do consumismo no lado ocidental, mas pelo menos se uniram. O coletivo apareceu naquele dia, e quando uma grande multidão quer algo à força não há quem a detenha.

Que aquelas pessoas que se uniram naquele novembro de 1989 nos ensinem a sair do comodismo de nossas cadeiras de escritório. Eles levaram 28 anos. Quanto tempo nós levaremos?

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Como gerar um engarrafamento (II)


Em mais uma daquela série "Coisas que só o trânsito de brasília faz por você", flagramos esta retenção do trânsito no SIG. Não dá para ver mas a fila vai até a altura do pavilhão do Parque.

Agora olhem a foto seguinte:


Isso mesmo, na continuação da pista não ha interrupção, obra, acidente, blitz, nada! A pista está incrivelmente livre.

Deu para perceber inclusive que os carros estão virando à direita, mas aparentemente sem nenhum motivo a frente que os faça desviar.

Voltemos para a posição inicial:


Aqui vemos algumas motos conseguindo driblar a fila.

Estas fotos foram tiradas em frente ao anexo II do TJDFT. Este congestionamento esta sendo causado pelas pessoas que utilizam o drive-thru do protocolo do Tribunal, que fica nesta via entre a pista principal e a que passa atrás do SIG. Então fica aqui a sugestão para que se reposicione a cabine onde se recebem os documentos a fim de não causar transtornos como este.

Romântico incorrigível


Tentarei ser breve, mesmo porque creio que o assunto não exija muitas palavras.

Tenho andado desanimado com a vida estes dias, por motivos que prefiro não escrever aqui.

Isto não é novidade. Não é a primeira vez e nem vai ser a última que fico assim.

Mas muitas vezes, e talvez nesta última também tenha sido assim, isso vem por frustações. E frustações vêm quando criamos expectativas que não se cumprem.

E aí é que está meu problema. Tenho o hábito de ver e imaginar as coisas de uma maneira muito romantizada, idealizada. É quase como se houvesse um script que define o que é normal de acontecer e o que não é.

Por várias vezes disse a mim mesmo que seria mais racional, menos passional. Que não voltaria a criar mais expectativas quanto às pessoas. Mas não tem jeito, eu não aprendo, eu sou o que escrevi aí em cima no título e, por isso, vivo de me dar mal.

Mas hoje já estou melhor, mais feliz, mais confiante, e escrevi este post pensando em pessoas que às vezes, se sentem assim.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Em defesa de Barrichello

Créditos: Globoesporte.com

Por Flávio Gomes (que acaba complementando um texto meu do início de abril).
Texto publicado após o GP do Brasil, ocorrido no dia 18/10/2009.

De todas as pessoas que encontrei hoje, ouvi: “Esse Rubinho é um cagado, mesmo”, “Puta azar deu o Rubinho”, “Esse Rubinho é muito ruim”, “O cara é muito azarado, tinha de furar um pneu?”, “Esse cara é muito ruim, não vai ser campeão nunca”, “Quando a gente mais espera dele, faz isso”.

E algumas variáveis sobre o mesmo tema.

Eu já tinha dessa impressão, mas depois deste fim de semana, tenho certeza. O problema de Barrichello não é ele, não são seus carros, não são seus companheiros de equipe. O problema de Barrichello é a TV Globo.

E por que a Globo, e não toda a mídia? Porque não se deve ter nenhuma ilusão. A imensa maioria das pessoas no Brasil só se informa sobre F-1 pela Globo. “Se informa” é um eufemismo, melhor corrigir. Digamos que a cultura de F-1 que a imensa maioria das pessoas tem no Brasil vem daquilo que a Globo diz.

E a Globo só diz besteira. A cultura de F-1 do brasileiro médio é zero, talhada pelas cascatas globais.

Barrichello não fez nada de errado ontem, não errou ao tentar a pole com o carro mais leve, não teve azar nenhum, não foi cagado. Mas a histeria global, martelada dia após dia — e quando a corrida é no Brasil, e ele está na pole, chega a ser quase uma lavagem cerebral, uma lobotomia —, faz com que o público aqui acredite que Rubinho do Brasil tem a obrigação de ganhar, e se não ganhar, das duas uma: ou sacanearam com ele, ou é um cagado que não tem mais jeito.

As pessoas veem uma corrida de F-1 aqui com zero de informação honesta. Ontem, depois de dez voltas já era possível afirmar que Rubens não venceria a prova. Simples: não abria de Webber e iria parar cinco voltas antes nos boxes. Cinco voltas, com um carro mais rápido e cada vez mais leve, seriam mais do que suficientes para Webber voltar à sua frente do pit stop. E Kubica, também. Ambos passaram.

Rubens apostou no clima instável de São Paulo, no que fez muito bem. Larga na pole, pula na frente, vai que chove no início, todos têm de parar, a vantagem do carro mais pesado é anulada. Ou, ainda: acontece alguma merda atrás dele, Webber se enrosca, Kubica bate, fica para trás, e a vantagem é igualmente anulada.

Mas há uma desonestidade editorial clara naquilo que a Globo faz, alimentando uma expectativa que não poderá ser cumprida. Porque corrida de carro é muito mais do que essa gritaria de “Vâmo, Rubinho!”, “Não erra agora, Rubinho!”, “Acelera, Rubinho!”. Corrida de carro tem lógica, é matemática, e quem mostra um evento desses a milhões de pessoas tem a obrigação de ser honesto.

Porque se não for, as pessoas não têm elementos para entender a derrota. E se amparam na explicação que está à mão: o cara é cagado, dá azar, não vai ganhar nunca. Ou, ainda: furaram o pneu dele de propósito.

E, aí, vai-se criando a fama, dia após dia, de perdedor, azarado, cagado. Uma farsa, uma mentira. A TV mente o tempo todo. Foi assim nos anos pós-Senna, em que Barrichello, de Jordan ou Stewart, não tinha a menor chance de ganhar uma corrida, embora a TV dissesse o contrário. Porque corria contra Williams, Ferrari, McLaren, Benetton. Depois, na Ferrari, a venda de ilusões baratas era igualmente cruel, porque contra um piloto como Schumacher, Barrichello jamais seria campeão. Não seria porque Schumacher era muito melhor. Se eu for companheiro de Barrichello numa corrida de qualquer coisa, não terei chance alguma de andar na frente dele. Deem um kart para ele e outro para mim, e ele vai chegar na frente todas as vezes. Entreguem um Lada igualzinho ao meu, e não vou ser mais rápido que ele nunca, em nenhuma volta.

Mas a Globo vende a esperança, porque acha que as pessoas só vão se interessar por seu evento se houver a chance de um brasileiro vencer, mesmo se for uma mentira deslavada, como na maioria das vezes. É um engodo, e uma sacanagem com o piloto. A expectativa que se cria por seus resultados é criada na TV. OK, muitas vezes Rubens embarcou na onda, mas é o menor dos culpados.

Se a TV não se dedicasse tanto a iludir seus telespectadores tratados como otários, Barrichello não seria zoado como é há anos, pela Globo inclusive. Poderia conduzir sua carreira com mais tranquilidade e serenidade. Ele não tem a obrigação de vencer por ninguém, pelo povo, pelo país. Tem obrigação de trabalhar direito para quem lhe paga, e por ele mesmo.

Um dia depois de uma corrida normal, na qual fez o que podia fazer dentro dos limites de seu carro e de seu talento, o coitado tem de aguentar um tijolo a mais nessa construção de uma imagem que não corresponde à realidade. Barrichello pode não ser o melhor piloto do mundo, está longe disso, mas é um dos bons dos últimos anos, como outros tantos. Nem muito mais, nem muito menos. Não estaria há tanto tempo correndo se não tivesse qualidades.

Quando parar, muito provavelmente sem ter sido campeão, terá para sempre colado na testa o rótulo de cagado, azarado, lento, o que for. Pode agradecer à TV por isso. Foi ela que, nesses anos todos, disse ao Brasil que Rubens era algo que nunca foi. Talvez ele nunca entenda isso, até porque adora ser bajulado pela Globo, com seu pseudo-jornalismo esportivo meloso, ufanista e cascateiro. Mas é assim.