terça-feira, 30 de junho de 2009

Visões de Brasília (IV)

Essas fotos são desta segunda (29/06) por volta das 8 da manhã.

Do Conic já dá pra ver que tem alguma coisa errada.

A cidade escondeu seu mar de concreto.

Cadê o Congresso Nacional?

Bom, aqui achamos os prédios da Esplanada.

Uma névoa, comum em áreas com rios e lagos (no caso, o Lago Paranoá) fez a cidade sumir pela manhã.

Mas é como disse uma colega minha de trabalho: é como se o céu tivesse caído.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Michael!


Parem as máquinas, esqueçam tudo que estava acontecendo no mundo, interrompam o notíciário sobre a gripe suína, a crise no senado e o voo 447 (agora é sem acento). Michael Jackson morreu.

Antes de escrever qualquer coisa vamos fazer um exercício de "simulação". Imagine que você é um paramédico desses serviços de 911 (o SAMU estadunidense) e chega um chamado na sua central de um homem de meia idade tendo um colapso cardíaco, prontamente sua equipe é acionada e posta na ambulância. Ao chegar no endereço informado você adentra a casa (enorme por sinal) e depara com Michael Jackson semimorto e estirado no chão. Obviamente você teria que atendê-lo e aplicar os procedimentos indicados para qualquer mortal, mas como será que a sua cabeça estaria processando a situação? Leve em consideração que ao sair da casa com o paciente dentro da ambulância você estaria sendo perseguido por paparazzi de toda a imprensa munidal, e ao chegar no hospital o local estaria cercado por milhares (eu disse MILHARES) de fãs.

Acho que a morte de um cantor só teve repercussão e choque semelhante quando da morte de Elvis Presley, e é interessante como há semelhanças entre Elvis e Michael. Ambos morreram de maneira súbita (Elvis morreu mais novo - 42 anos) em suas mansões (Graceland e Neverland - onde provavelmenta vão enterrá-lo assim como aconteceu com Elvis) depois que suas carreiras colossias e avassaladoras passaram a ser divididas em duas fases (Elvis magro e gordo e Michal negro e branco), praticamente parando a América com o falecimento.

E enquanto Elvis é o Rei do Rock, Michael é o Rei do Pop. Por isto escrevam o que eu digo: não vai demorar para dizerem que "Michael não morreu", provavelemnte ele só foi dividir a bancada do telejornal que Elvis apresenta em seu anonimato numa emissora do interior sergipano.

Michael Jackson é daqueles que fizeram história sim, queiram ou não queiram. Fez parte de nossas vidas e estava incessantemente presente nelas com sua obra, por isso nunca passou pelas nossas cabeças que um dia ele poderia partir deste mundo, ainda mais nestas circunstâncias.

Porém, aqueles que são fãs ou que são detratores que me perdoem, mas a morte de Michael me surpreendeu sim, mas não sou desmemoriado o suficiente para esquecer de como ele era tratado até o dia de São João deste ano. Por conta disso quero fazer uma crítica direcionada àqueles que transformaram o "maluco-pedófilo-excêntrico-esquisito" de até ontem à tarde (horário de Brasília) no "artista- gênio-mito-ícone" de ontem à noite em diante. Chamá-lo de Rei do Pop para mim já é o bastante para dimensionar sua influência na cultura mundial, importância que destoou de seu comportamento fora dos estúdios e palcos e que o levou a ter o mesmo destino de tantos astros da música.

Ontem mesmo descobri que há um canal especial (e oficial, acreditem) no Youtube com os clipes mais famosos de Michael. Recomendo Don't Stop 'till You Get Enough, Thriller, Bad, Smooth Criminal, Black and White e They Don't Care About Us.

Para acessar o canal clique aqui.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Chegou a hora da fogueira - Parte 2


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Não é que eu andei me surpreendendo por estas bandas? Na noite de ontem, andando de carro em horário avançado, passei em frente a diversas casas que haviam acendido fogueiras em homenagem à São João.

Confesso que por muito tempo associei fogueira apenas às festas deste mês (leia-se, "arraiá", quadrilha, sanfona, quentão, etc.). Só quando fui ao Nordeste pela primeira vez nesta época do ano (há mais ou menos 4 anos atrás) é que conheci este costume das famílias se reunirem na frente de suas casas e acender uma fogueira juntos com os vizinhos. Além de aquecer as "noites frias, tão frias de junho" é um modo mais humano de reunir pessoas, bem mais do que a televisão pois as pessoas conversam, confraternizam, entre outras coisas.

Com o tempo fui descobrindo outros significados da fogueira. Desde a época dos egípcios que esta época é dedicada a celebrações em agradecimento à boas colheitas, semelhante ao que acontece hoje em dia, onde o mês de junho é o mês da colheita do milho - o que explica tantas guloseimas a base de milho como pamonha, canjica, munguzá, etc. Já naquela época se acendiam fogueiras, mas com um significado diferente: servia para afugentar maus espíritos.

Como o cristianismo incorporou vários elementos de outras culturas, as festas de junho acabaram por celebrar também os santos da época - Santo Antônio, São João e São Pedro. Dependendo do homenageado a fogueira é disposta de uma maneira diferente: Pro "casamenteiro" é quadrada, pro "batista" em forma de cone e pro "chaveiro" é em forma triangular (como uma pirâmide). Há lugares em que se faz fogueiras que são verdadeiros arranha-céus, feitas não só para queimar mas também para impressionar.

Fogueira em Santo Antônio do Rio Grande - MG - Fonte: Panoramio

Brasília já é uma cidade muito apartamentalizada e, digamos, urbana demais para eventos com tanto significado, então acender fogueiras não faz parte da formação de muitas pessoas. Aliás, tal fenômeno ocorre em vários pontos do Brasil com a inversão do urbano sobre o rural nos últimos 40 anos. Por isso focos de "resistência", assim, no meio da cidade como o que eu vi ontem devem ser valorizados.

Que os festejos de junho voltem a fazer sentido, mais do que fazem dinheiro.

domingo, 21 de junho de 2009

Meu sábado à noite infantil


A tal da década de 80 teve vários significados pra mim e desse período tem alguns momentos que lembro com carinho. Hoje me vejo num sábado preguiçoso onde estou aqui no computador fazendo algumas coisas tanto pra faculdade como pra mim mesmo. A falta de vontade de sair me trouxe algumas destas lembranças.

Sábado a noite era uma coisa especial na minha época de cinco, seis anos. Era o dia de se fazer algo especial para o jantar - se é que podia chamar de jantar, e talvez por isso era especial - era o grande momento de reunir toda a família à mesa, coisa que tem se tornado rara hoje em dia.

Primeiro ponto: porque essa indefinição em chamar de jantar? Simples, meu caro que me lê agora, porque diferente do arroz com feijão do nosso dia-a-dia, no sábado se preparava uma vez hamburguer, noutra pizza, noutra lasanha e por aí vai. Era, digamos, um "lanche" preparado em casa, em uma era pré explosão do fast food (pra se ter uma idéia McDonald's só tinha um em todo o DF, o do Parkshopping que ficava ao lado da Mesbla - hoje Renner).

A preparação começava desde o início da noite. Eu era encarregado de pegar os vasilhames de cerveja e refrigerante de vidro e levar numa sacola daquelas de feira para "encher os cascos" no Bar do Gilmar. Hoje num mundo pet essa prática soa um tanto arcaica, e por conta disso é bom lembrar como era comum nos supermercados o espaço pra depósito e entrega desses vasilhames, geralmente ao lado do guarda-volumes.

Compras feitas, o lanche era preparado. O hamburguer era quem costumava reinar nos primeiros tempos, depois passou a ser as pizzas do Gordeixo's, entre eles ás vezes também tinha vez o cachorro quente em algumas ocasiões. Nas épocas de hamburguer era emblemática a birra que eu tinha em colocar salada no pão, o que deixava meu pai indignado. Sendo assim ele adotou uma tática para que eu passasse a comer salada: servir em etapas, tipo na primeira vez entrou alface, depois de algumas noites entrou o tomate, depois a cebola e assim por diante, sempre seguindo o esquema também nas refeições durante a semana para que eu passasse a comer a salada completa em qualquer ocasião.

Já Na TV passava sempre alguma coisa bem emblemática, às vezes algum filme bom do Super Cine, mas o que costumava reinar na telinha era o infame Viva a Noite (infame hoje, porque na época eu adorava). Mesmo gostando do programa, desde que eu me entendo por gente eu achava ridícula aquela dnaça do passarinho (passarinho quer dnaçar, etc. etc.). Vou poupá-los de relembrar deste momento, mas Seu Ronca como é bem afeito a essas coisas bem que gostaria.

No fim, fora esta parte da TV tudo remetia àquela eterna propaganda da pizza com Guaraná.

Poderia ficar puxando várias coisas boas daquela época, coisa pequenas de um mundo onde eu era bem mais observador e dava mais valor às coisas pequenas, que somadas davam o todo que tornavam aqueles momentos tão bons. Por ora fico com o que registrei hoje, mas com o compromisso de trazer mais coisas daquela época no futuro.

E pensar que hoje meu pai diz que até se colocar uma botina velha no sanduba eu como.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

E o Zé Gotinha?


O pessoal dos Mamonas Assassinas mesmo diziam: mês de agosto sempre tem vacinação. A frase ficou eternizada na música Cabeça de Bagre II (da qual talvez nunca saberemos qual era a I). O saudoso grupo já atestava uma coisa que já era considerada tradição naquele anos de 1995 - a campanha de vacinação, especialmente contra a pólio.

Lembro muito bem de como eram, havia uma mobilização, cobertura com flashes durante a programação da Globo no sábado em que ocorria a campanha, propaganda maciça por todo lado e a presença constante daquele que acabaria por virar o ícone da importância que a vacinação tomou - o Zé Gotinha.

Esta importância remonta às origens das campanhas, ainda na década de 60. Porém foi na década de 80 que a vacinação ganhou sua maior magnitude com todos os elementos listados no parágrafo anterior. E assim não só a pólio, mas doenças como coqueluche, difteria e tétano deixaram de assombrar a população - só para se ter uma idéia em 2009 está fazendo 20 anos do último diagnóstico de poliomielite no Brasil.

E realmente, agosto acabou virando "o mês da vacinaçao". Posteriormente a vacina passou a ser aplicada em duas doses, a primeira em junho e a segunda em agosto.

Hoje com estas doenças distantes de nosso cotidiano (hoje quem assombra é a gripe suína) as campanhas não ocupam a mídia tanto quanto ocupavam antigamente e até mesmo Zé Gotinha não é tão lembrado como era antes. Prova disso é que só fiquei sabendo ontem que ia ter a campanha deste ano ao ouvir no rádio, mas provavelmente foi falta de atenção de minha parte. Talvez naquela época, como era criança, toda movimentação deste tipo acabava por deslumbrar a gente, ainda mais quando somos o público alvo. Por isso acredito que não é a campanha que diminuiu a divulgação, mas a gente (ou eu) que passou a prestar menos atenção nela.

Mesmo assim as campanhas tem conseguido números e resultados satisfatórios, ainda assim devemos atentar para o que diz o Ministério da Saúde na campanha deste ano, não dá pra vacilar pois se o vírus não faz mais vítimas há tanto tempo no Brasil, em outros lugares do mundo ela ainda está presente, sendo endêmica em lugares como na Índia por exemplo, então pra o vírus voltar não será muito difícil se acabarmos abrindo brechas para que isto ocorra.

No fim das contas estou falando disso tudo pra lembrar que amanhã é dia de levar as crianças com menos de 5 anos para tomar a primeira dose da vacina. Haverá postos de vacinação não só em postos de saúde mas também em postos colocados em escolas, shoppings e supermercados. Zé Gotinha pode não ter a mesma popularidade da década de 80 mas ela ainda é importante para a saúde de nossos filhos.

Veja aqui a relação de postos de vacinação.

Clique aqui e saiba mais sobre a campanha.

Esse recadinho é, em especial, para um casalzinho que recebeu uma visita da cegonha recentemente. Ana Paula e Pimenta, não esqueçam de levar o João Vitor para conhecer o Zé Gotinha.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

De como não gosto de encontrar com gente famosa.

Eu, Camila, Thedy e Vera.

Antes de qualquer coisa quero pedir licença à Vera para colocar no meu blog uma foto que ela publicou no dela, mas como estou presente na foto acredito que não há problema não é mesmo?

Essa foto foi tirada na última Expotchê, que aconteceu semana passada e na qual fui na terça-feira dia 9, ou seja, o post já está até um pouco atrasado, mas foi por conta da correria dos últimos dias. Na terça da ocasião fui para assistir o show do Nenhum de Nós. Pensem num lugar cheio de gaúchos, só lá consigo ver tanto gaúcho junto já que nunca fui no Rio Grande do Sul, nunca assisti um Gre-Nal no estádio e ainda não tive a oportunidade de visitar um CTG.

Pois foi no meio desta gauchada que encontrei a Vera e a Camila, mãe e filha. Depois do show (que por sinal foi ótimo) onde pulamos e nos esgoelamos com as músicas da banda fomos em direção a uma fila para visitar o camarim do grupo. Aí veio aquela sensação de "acho que não vai ser uma boa idéia", só não sabia por quê, só sei que me afastei da fila o quanto pude. Em vão pois não adiantou, perto de elas entrarem conseguiram me convencer de ir junto. Quando dei por mim já estava no meio de um monte de gente eufórica com a presença dos músicos, coisa que eu evito ao máximo pois acabo ficando envergonhado de como eu acabo me comportando.

Este episódio foi bom e emblemático, pois serviu para eu me auto-diagnosticar de uma coisa que já deveria ter percebido há mais tempo: que eu fico sem graça perto de gente famosa. Sou daqueles que quando se deparam com uma não sabem como reagir, simplesmente evito ao máximo qualquer demonstração de histeria, tipo, tento tratar a pessoa como se ela fosse uma cidadã como outra qualquer. Cada vez mais vejo que é humanamente impossível pra mim, parece que estou me forçando a fingir que nunca tinha visto alguém que está constantemente na nossa presença por meio da mídia, em maior ou menor escala. É até uma coisa estranha, essa pessoa nos é demaisadamente íntima mas não somos nem um pouco íntimos dela.

Só a título de exemplo, caí na besteira de comentar com o Thedy Corrêa que éramos parentes distantes por ter o mesmo sobrenome, perdi uma ótima oportunidade de ficar calado.

Acho que é aí que reside uma parte do problema, fico tão preocupado em não parecer deslumbrado que me policio em demasia no que vou falar ou me comportar, tanto que acabo sem saber o que falar e/ou comentar permitindo que qualquer besteira saia da minha boca só pra não ficar calado. É ruborização na certa.

Mas nem tudo são espinhos, um exemplo disso aconteceu quando encontrei a Daiane dos Santos no Tietê. Naquela oportunidade acho que consegui agir com mais tranqulidade, mas ainda vou analisar o episódio a fundo para tirar o máximo para experiências futuras. Aprendizado para a evolução (eita que ficou bonito isso!).

Se bem que para que o diagnóstico e o remédio sejam mais eficazes é melhor a consulta de especialistas. E aí psicólogos, algum de vocês está a fim de se manifestar? Para isto que existem os comentários hehehe.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Chegou a hora da fogueira - Parte 1


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Mês de junho é sinônimo de festa junina. E elas pipocam por aí por todos os cantos do Brasil com inúmeras variantes, inúmeros significados, mas sempre com a mesma idealização na cabeça de todos.

Para mim em particular significa muita coisa, ainda mais por que nesta época meu pai colocava este disco da capa acima para tocar por vários dias.

Quem não conhece Mario Zan nem imagina que um dos maiores ícones da sanfona junina do Brasil, inclusive admirado por ninguém menos que Luiz Gonzaga (que dizia que ele que era o "Rei da Sanfona") , não era brasileiro. Sim, ele nasceu em Roncade, região do Vêneto, Itália. Seu nome completo era Mario Giovanni Zandomeneghi.

A primeira vez que tive contato com as músicas dele foi quando aos cinco anos e fazendo o Jardim II no Colégio Marista de Taguatinga participei de uma quadrilha que ensaiava ao som da música que dá título a este texto (que é de autoria de Lamartine Babo). Na mesma época meu pai comprou o LP que tinha esta e todas as outras músicas que fizeram parte da trilha sonora do mês de junho por todos os anos seguintes. Em cima, no player, uma amostra de uma das faixas.

As letras falavam meio que a mesma coisa que a música de todas as outras tradições brasileiras falam - a idealização de uma festa típica (no caso com fogueira, quadrilha, canjica, quentão, sanfona rasgando e o hoje infame balão) sendo tratada com um certo saudosismo, como elementos no tempo que parece cada vez mais distante.

Estas músicas embalaram os meus sonhos de balão da infãncia e, porque não dizer, da adolescência. Agora estou correndo atrás das músicas em mp3 já que nunca achei à venda em CD. Mas que este espírito dos santos homenageados e de todo o espírito das celebrações dedicadas a eles não se percam como tantas coisas que foram engolidas pelo mercantilismo.

Não entendeu o que quis dizer com isso? Então aguarde o próximo capítulo.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Seu Ronca para os apaixonados

Como estou de malas prontas nesta sexta não tive muito tempo para escrever, por isso pedi a assessoria de Seu Ronca para colocar alguma coisa em ocasião do Dia dos Namorados.

Aí ele me desenterra isso:


Sem comentários.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Curtinhas - Sinceridade na lata.


Num certo shopping de Brasília um restaurante chinês faz uma promoção: Um prato de yakissoba mais um refrigerante em lata custa R$ 9,90.

Um senhor aguarda pacientemente seu pedido em uma das mesas da praça da alimentação até que o prato chega, acompanhado de uma Schin Cola.

Ao mirar a lata o senhor indagou à garçonete?

Sr.: - Uai, eu pensei que ia vir Coca-Cola!

Garçonete: - Não senhor, na promoção o refrigerante é só Schin.

Sr.: (pensativo)

Garçonete: - Ó, quer um conselho? Troca por guaraná, é o menos ruim que tem.

Deixo a cargo de vocês imaginar o que o homem pensou.

domingo, 7 de junho de 2009

Lost da vida real

Foto: Robson Fernandes/AE

Estava esperando o desenrolar dos fatos para tecer algum comentário sobre o desaparecimento do avião da Air France no último domingo e agora com o recolhimento dos primeiros corpos já dá pra se manifestar, mas até pra ilustrar este texto foi difícil: o que usar? A minha idéia inicial era colocar uma foto do A330, mas aí apareceu esta foto que acho que tem muito mais simbolismo para o momento.

Seja como for foi inevitável não fazer paralelismos com a ilha de Lost (o seriado), da qual admito que não assisto mas conheço a ideia da história. A mesma tem como pano de fundo um acidente aéreo onde o avião em questão cai em uma ilha no Oceano Pacífico.

Uma coisa que só me veio a mente agora é todo o contexto externo ligado à série. Se realmente houve um acidente aéreo lá (pois enquanto a série não acabar não dá pra ter certeza de nada) como será que ficam as famílias dos personagens, como é que foi a repercussão do acidente, etc. etc.


Claro que é uma série e por isso não tem que se exigir que haja elementos reais (ainda mais em Lost), mas não é proibido fazer conjecturas deste tipo, vai que isso venha a fazer parte do desfecho da última temporada.

Todo o noticiário, a dor das famílias, o resgate a aeronave, todo o desenrolar dos acontecimentos ligados a este desaparecimento dão uma idéia de como poderia ter sido um possível episódio mostrando as famílias de Jack, Kate e os outros. Pra completar ainda mais o enredo os destroços e os corpos foram encontrados próximo ao Arquipélago de São Pedro e São Paulo, um conjunto de ilhotas no meio do Atlântico cujá área é mais ou menos metade da Praça dos Três Poderes. Não seria viajar demais imaginar que algum sobrevivente fosse parar lá, mas isto dependeria das circunstâncias da queda, e aí há outro mistério que será difícil de desvendar.

Arquipélago de São Pedro e São Paulo - Foto: SECIRM

As indagações que se faz com relação as causas do acidente são típicas das lendas atribuídas ao Triângulo das Bermudas. E como se solucionaria isso? Seria localizando a caixa preta, certo? POis é, até isso está dificil de localizar. É um imenso quebra-cabeças e acompanhar os ultimos desdobramentos das buscas acabou virando para o povo uma espécie de seriado onde aguradamos ansiosamente pelos próximos capítulos. "Acharam mais corpos?", "Descobriram por que caiu?", "Vão mandar mais gente pro mar?", Dá pra achar a caixa preta?", etc. É sempre assim, sempre que acontece um acidente desse tipo alguma palavra técnica acaba caindo no boca do povo - foi assim com "arremeter" no acidente dos Mamonas, "transponder" no da Gol, "grooving" no da Tam e no de agora estava apostando em "Ponto Tasil" mas já não sei mais se esse vai ser tão falado.

Espetáculo à parte, não deixa de ser seguro viajar de avião, tem mais gente morrendo de gripe (a comum) no mundo do que caindo de avião. Por outro lado mra mim morrer um acidente aéreo deve ser uma das mortes mais cruéis que existe, o porquê vocês devem imaginar, se não não é bom descrever e nem me peçam para fazê-lo.

Por conta disso mesmo fica registrado o luto e a solidariedade deste humilde blogueiro às famílias que perderam parentes nesta tragédia.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

20 anos do "rebelde desconhecido"


Como uma data pode fazer com que entremos em reflexão? Talvez o dia de hoje passa traduzir este sentimento para nós.

O dia 4 de junho ficou marcado para a história por um evento que está completando vinte anos: O massacre da Praça da Paz Celestial. Na verdade foi o marco final de quase dois meses de protestos que culminou na inabilidade política de um regime que diz ser representante de um povo, que agora promovia este desafio para que o povo realmente se fizesse representar, e achou que por meio da violência desmedida dissiparia qualquer dissidência. Acabaram por criar um simbolode contestação que ficará por gerações.

Para entender os eventos daqueles dias é preciso entender o contexto histórico de fim dos anos 80, em pleno auge das políticas de abertura promovidas por Gorbachev na vizinha União Soviética, o governo chinês dizia promover reformas mas as mesma não agradavam intelectuais, estudantes, operários e outros setores urbanos, que clamavam por maiores liberdades tanto civis como políticas.

Escultura da "Deusa da Democracia", feita por estudantes de belas artes, a desafiar um dos símbolos do Partido Comunista, a foto de Mao Tsé-Tung.

O momento se mostrou diferenciado e fez com que diversos setores acreditassem que desta vez poderiam fazer alguma diferença e forçar o governo a atender as reivindicações ou até mesmo promover reformas políticas, para completar durante o mês de maio houve uma visita de Gorbachev a Pequim que recebeu cobertura de diversos meios de comunicação do mundo e que fez com que os protestos ocorridos na praça passassem a ter visibilidade global.

Porém o desfecho não foi nada feliz. Visto que todos os esforços do governo em desacreditar o movimento ou até mesmo enganar os manifestantes com ações paliativas não estava dando certo e a praça já estava supostamente ocupada por um milhão de pessoas optou-se por partir pra ignorância e aplicar lei marcial. Pouco a pouco o exército ia ocupando as ruas de Pequim e atacando à queima-roupa até mesmo manifestantes pacíficos. As imagens da repressão correram e chocaram o mundo.

Para a posteridade ficou a imagem do estudante que sozinho parou uma fileira enorme de tanqus, chegando iclusive a subir no da frente e abrir a escotilha talvez para dizer palavras de ordem aos soldados. Uma imagem marcante e cheia de enigmas: Quem era? O que queria? O que disse aos soldados? O que aconteceu com ele depois? Indagações que devem ficar sem resposta e que manterão a mística do episódio.

Foto: Jeff Widener/AP


Por este ângulo dá pra ver que não era uma filinha qualquer.

Mas não devemos analisar apenas a foto ou a sequência, nem devemos resumir tudo a este único momento. Todos os fatos desde o início dos protestos é que são importantes para darmos o verdadeiro valor àqueles que tiveram a coragem de desafiar o autoritarismo daqueles que usam o povo para promover sua fome de poder.

Abaixo seguem alguns vídeos dos protestos, o segundo mostra toda a sequência do "rebelde desconhecido".





Para saber mais: http://pt.wikipedia.org/wiki/Protesto_na_Praça_da_Paz_Celestial_em_1989

Também por conta do dia os comentários deixam de ser moderados, o que dará mais agilidade ao debate, seguindo o caminho contrário do escolhido pela China para lembrar do fato.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Termômetros Malucos


Seguindo o mesmo caminho quase todos dia para voltar para casa comecei a observar já há algum tempo a medição de temperatura de alguns desses relógios de rua. Tipo, nunca fui de me preocupar com a tempo que se faz na rua, boto casaco se sentir frio e quando sentir frio, nada de se ligar em previsão do tempo.

Mas algumas mediçoes estão passando do limite do ridículo. Já flagrei um na L2 Norte indicando temperatura de -1°C(!) de manhãzinha. Por conta dessas é que comecei a ficar mais atento aos relógios para flagrar mais aberrações como a da foto acima, que não é tão aberração assim, porém está marcando 16°C às 10 da manhã.

Mas foi emblemática uma observação feita na terça à noite da semana passada. Acompanhando quatro relógios ao longo da EPTG flagrei logo no primeiro a temperatura de 30°C(!!!), no segundo já aparentava marcar a temperatura correta (16°C). Porém já na saída do SIA há dois relógios próximos, a uma distância que não deve passar dos cem metros (pra que isso?), martcando temperaturas diferentes, um a 15°C e um a 12°C, como é possível uma diferença de 3°C numa proximidade tão grande?

Enfim, não sou da área meteorológica para ser entendido no assunto, mas levando-se em consideração que tais relógios recebem concessão do governo (acredito que do DER) para a instalação dos mesmos em espaços públicos, deveriam ao menos prestar um serviço a contento. Se não há condições de ajustar a medição regularmente é melhor que não o faça pois se o termômetro não é preciso, como poderíamos confiar nas horas mostradas no mesmo aparelho?

Caso flagre alguma medição mais gritante compartilharei com vocês.

Este é meu texto de boas vindas à temporada do frio. Empacotem-se direitinho!