terça-feira, 5 de outubro de 2010

Notas sobre as eleições

  • Fui convocado novamente para trabalhar nas eleições sendo "rebaixado" para segundo mesário, sendo escalado para minha própria seção. Fui premiado com um dia em que em nenhum momento minha seção deixou de haver fila, e fila em eleição é sinônimo de confusão entre os eleitores. Graças a Deus eu não estava lá nas horas em que o quebra-pau rolou.
  • Andando pela madrugada do dia anterior descobri o modus operandi dos "militantes de aluguel" dos partidos para driblar a fiscalização de boca de urna: eles passam de carro na frente dos colégios eleitorais e jogam na rua as colas e santinhos do candidato. Alguns chegam a parar e jogar os papéis por cima do muro para cair dentro da escola. O resultado nós vimos quando chegamos para iniciar os trabalhos - o local estava uma imundície. E o pior é que muita gente ainda pega o santinho no chão e vota no porcalhão.
  • E acabou que terei que estar lá de volta no dia 31. Está confirmado o segundo turno tanto na disputa para presidente como para governador. Mas Dilma e Agnelo, com uma margem de votos folgadas não precisarão fazer muito esforço para serem eleitos. Aliás é até melhor que não façam muita força mesmo porque dependendo o efeito pode ser é negativo, ou seja, eles poderiam perder votos. Dilma é quem mais deve se preocupar pois terá a Veja, Folha e Estadão em seu encalço.
  • Já no Distrito Federal não há cientista político que arrisque qualquer prognóstico sobre a situação da eleição para governador. É fato que a substituição de Roriz por sua mulher é um fato novo e por isso mesmo não se sabe como será seu desempenhos nestas semanas de campanha. Mas do lado da campanha de Agnelo, mesmo com a votação confortavelmente inédita, é inevitável a ressureição de fantasmas do passado como o de 1998 quando Cristovam perdeu a eleição para um Roriz que criou um tipo humilde e ignorante para quye a massa beneficiária de lotes se identificasse com ele, ou seja, cair matando em cima de Dona Weslian pode ser um suicídio eleitoral. Agora que a campanha entrou no segundo turno toda cautela é necessária, mesmo se sabendo que só uma besteira enormemente monumental tiraria os votos que Agnelo conquistou no primeiro turno. Mas nunca se sabe né?
  • Na votação legislativa tivemos recordistas e quase recordistas. Para o Senado vitória folgada de Cristovam e Rollemberg, enquanto Abadia - mesmo que não fosse impugnada - não chega nem perto da vaga, sendo ultrapassada inclusive pelo seu companheiro de chapa Alberto Fraga. Na câmara federal o time do Lula deu um banho no time de Roriz: emplacou o deputado proporcionalmente mais votado do país e elegeu mais quatro junto com ele, enquanto o lado azul será representado pelos nanicos PMN e PR - ainda que uma destas vagas seja de Jaqueline Roriz acende-se o alerta em PSDB, DEM e até mesmo no PSC que não conseguiu eleger o escudeiro de Roriz, Laerte Bessa.
  • E a nova Câmara Legislativa ao que tudo indica vai ficar cada vez mais com cara de castelo de luxúrias. Houve um vento de mudança? Sim, houve, tão forte quanto uma criança de 4 anos soprando uma velinha de aniversário. Em resumo: com Agaciel Maia, Aylton Gomes, Benedito Domingos, Celina Leão, Liliane Roriz, Raimundo Ribeiro e cia. ilimitada preparem-se para mais um show de horrores nesta legislatura. E como desgraça pouca é bobagem o resultado está sub judice: o resultado final pode mudar dependendo da aplicação ou não da lei da ficha limpa e a entrada ou não dos votos de Benício Tavares.
  • E no resto de pindorama registre-se a lastimosa escolha dos paulistas pela figura de Tiririca para representá-los na Câmara, sua campanha foi tão engraçada quanto ridícula e mostrou o cúmulo a que chega o tal "voto de protesto" ao eleger um semi-analfabeto para um cargo tão importante. Rio de Janeiro e Paraná, não ficaram tão atrás ao elegerem Wagner Montes e Ratinho Júnior respectivamente. Enquanto no Nordeste figuras como Tasso Jereissati, Heráclito Fortes, Marco Maciel, Fernando Collor, César Borges, entre outros são reprovados nas urnas. Assim como Luciana Genro, que foi a oitava mais votada para deputado federal no RS mas não levou a vaga por conta do quociente eleitoral. Terra de contrastes.
  • Agora fiquemos na expectativa pelos debates. Eu particularmente fiquei com pena do Agnelo que não vai ter mais pra quem jogar a bomba de ter que perguntar alguma coisa a Dona Weslian.

Um comentário:

  1. Clébio, adorei o comentário que fez em meu blo...o nordeste deixou de fora um monte de gente que tinha mesmo que ir embora. E Sul/Sudeste nos arruma essas encrencas, aff...qual a explicação que você daria pra isso?

    Beijão

    Sil
    esquinadasil.blogspot.com

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