quarta-feira, 24 de junho de 2009

Chegou a hora da fogueira - Parte 2


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Não é que eu andei me surpreendendo por estas bandas? Na noite de ontem, andando de carro em horário avançado, passei em frente a diversas casas que haviam acendido fogueiras em homenagem à São João.

Confesso que por muito tempo associei fogueira apenas às festas deste mês (leia-se, "arraiá", quadrilha, sanfona, quentão, etc.). Só quando fui ao Nordeste pela primeira vez nesta época do ano (há mais ou menos 4 anos atrás) é que conheci este costume das famílias se reunirem na frente de suas casas e acender uma fogueira juntos com os vizinhos. Além de aquecer as "noites frias, tão frias de junho" é um modo mais humano de reunir pessoas, bem mais do que a televisão pois as pessoas conversam, confraternizam, entre outras coisas.

Com o tempo fui descobrindo outros significados da fogueira. Desde a época dos egípcios que esta época é dedicada a celebrações em agradecimento à boas colheitas, semelhante ao que acontece hoje em dia, onde o mês de junho é o mês da colheita do milho - o que explica tantas guloseimas a base de milho como pamonha, canjica, munguzá, etc. Já naquela época se acendiam fogueiras, mas com um significado diferente: servia para afugentar maus espíritos.

Como o cristianismo incorporou vários elementos de outras culturas, as festas de junho acabaram por celebrar também os santos da época - Santo Antônio, São João e São Pedro. Dependendo do homenageado a fogueira é disposta de uma maneira diferente: Pro "casamenteiro" é quadrada, pro "batista" em forma de cone e pro "chaveiro" é em forma triangular (como uma pirâmide). Há lugares em que se faz fogueiras que são verdadeiros arranha-céus, feitas não só para queimar mas também para impressionar.

Fogueira em Santo Antônio do Rio Grande - MG - Fonte: Panoramio

Brasília já é uma cidade muito apartamentalizada e, digamos, urbana demais para eventos com tanto significado, então acender fogueiras não faz parte da formação de muitas pessoas. Aliás, tal fenômeno ocorre em vários pontos do Brasil com a inversão do urbano sobre o rural nos últimos 40 anos. Por isso focos de "resistência", assim, no meio da cidade como o que eu vi ontem devem ser valorizados.

Que os festejos de junho voltem a fazer sentido, mais do que fazem dinheiro.

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