quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Eu vi a Legião Urbana tocar em Brasília - Parte 2


Em todos os anúncios, panfletos e tudo o mais do Porão do Rock havia a programação para o domingo, que prometia ser mais farofa, mais pop. Iam tocar Plebe Rude, Paralamas do Sucesso, Raimundos, Maskavo Roots, etc. O objetivo do dia era celebrar Brasília como a capital do rock, especialmente com músicas do cenário da década de 80.

Os shows começaram mais cedo (era domingo) por isso devo ter perdido muita coisa antes de chegar - lá pelas 19h. Desta vez fui acompanhado da menina que havia conhecido no dia anterior, que veio acompanhado de um colega dela.

Chegando lá, o cenário era parecido com o de sábado, a diferença era que tinha menos gente de preto como era de se esperar. Fora isso o povo continuava prestando pouca atenção ao palco, além disso dei o azar de chegar na hora em que acabou a atração do palco principal - e que ninguém que eu perguntei na hora sabia quem era. Tem mais - já que acabou o show em um palco fui para o outro, e cheguei de novo com o show acabando.

Sugestão para os organizadores: no ano que vem, planejem os horários dos show de modo que permita que, enquanto um palco está se preparando para um show, no outro já (ou ainda) esteja acontecendo outro show, assim a música não para nunca.

Ficamos esperando o show do palco alternativo (o pílulas) recomeçar quando ouvimos o locutor do palco principal começar a anunciar a próxima atração. Não dei muita bola na hora mas fomos para lá assim mesmo especulando alguma bandinha desconhecida que fosse tocar, mas aí ele vai e anuncia: Paralamas do Sucesso.

Show com mais do mesmo, mas nem por isso deixou de animar a galera (e a mim, claro). Ainda cantei a pedra de que eles iam abrir com umas duas músicas inéditas, depois com mais duas conhecidas, após isso haveria um revezamento: isso é normal em shows de bandas já consagradas. E assim os Paralamas do Sucesso tocaram na capital.

Findo este show, vamos ao outro palco, uma bandinha mais ou menos e decidimos que é mais jogo ficar esperando no palco principal. Chego lá e olho no telão:

Próxima Atração: SURPRESA

Se isto era pra deixar todo mundo curioso conseguiu. Fui na banquinha oficial de vender badulaques do evento e perguntei que surpresa era essa. A menina respondeu sem pestanejar - Legião Urbana. Foi a senha para começar o burburinho na galera.

Tipo, como é que poderia ser Legião Urbana já que... bom... vocês sabem. A mesma menina resolveu a questão: vários vocalistas iam se revezar no palco. Agora que tinha a resposta do enigma voltei aos meus colegas que obviamente me indagaram se eu já sabia quem iria tocar. Espertamente mantive o mistério só para ver a reação deles na hora.

De repente começam a passar vídeos e entrevistas da Legião no telão, só para aumentar o suspense. Logo após uma banda começa a tocar sem nenhum anuncio prévio do locutor, entrou tocando o quê? Quase Sem Querer (Tenho andado distraido...). Quem começou cantando foi, se não me engano, o vocalista do Móveis Coloniais de Acaju, mas não tenho certeza.

Infelizmente não consegui ver a cara de surpresa de meus colegas, acabei me perdendo deles antes de o show começar, mas era nítido o espanto geral ao ver que o guitarrista era Dado Villa-Lobos e o baterista era Marcelo Bonfá. Só faltou mesmo o Renato Russo no microfone, porque de resto... Porém essa ausência foi suprida pelo revezamento no vocal citado há dois parágrafos atrás. Dentre os que cantaram destaco Toni Platão, Herbert Vianna e Philippe Seabra, alem destes tiveram outros que não identifiquei. Só não vou me lembrar agora qual música cada um cantou mas o final foi fechado apoteoticamente com Que País É Este, e o final de praxe, com todo mundo junto no palco se congratulando com a platéia que já estava em nítido êxtase.

Depois ia tocar Maskavo, mas pra mim a noite já estava completa e nos retiramos. No caminho, uma última passada no outro palco e, aí sim, achei o que estava faltando pra completar o Porão: death metal arrotado (cantado é que death metal não é) por uma bandinha tocando alucinadamente. Lembram que já havia solicitado isso no texto anterior?

O nome da banda? Quem se importa?

Curiosidade sobre o último (e traumático) show da Legião em Brasília - no longínquo anos de 1988 estão neste link.

Um comentário:

  1. Caramba, me senti velha agora...eu estava nesse show de 1988 e lembro da confusão, das agressões, da bagunça, da polícia com cachorros e cavalos em cima da gente, de pessoas pulando o fosso entre arquibancadas e gramado....
    Verdadeiro túnel do tempo!

    Não tem jeito: show com grandes multidões tem que ter toda uma estrutura decente inlcuindo revista nos portões do recinto e seguranças rápidos e eficazes, senão não funciona.

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