segunda-feira, 2 de março de 2009

O país de um eixo só - parte 1


Por Sidney Nicéas (publicado originalmente em seu blog De 2 em 2)

A vida num país acontece naturalmente. Uma nação é movida por eixos, engrenagens incansáveis acionadas em cada milímetro do território nacional, por cada cidadão. Mas, no Brasil, parece que não é assim...

Conduzidas pela mídia, essas engrenagens tupiniquins foram se resumindo a um eixo específico: Rio de Janeiro/São Paulo. A definida mídia nacional (que deveria ter igual missão – nacional) se perde com o foco super dimensionado no sudeste, especialmente no citado eixo, causando a impressão de que todo o país ali se resume.

Exemplos? Novelas – com suas tramas acontecendo quase que exclusivamente nessas duas cidades (o Rio paraíso, Sampa ‘A’ metrópole); futebol – só Flamengo e Corínthians em referências mil (e haja citações em toda a programação); música – qualquer ‘coisa’ vira sucesso comercial (e o resto que se exploda); até a violência – foco exacerbado às ações criminosas (ou será que no resto do país a mídia nacional dá atenção aos casos de seqüestro e assassinatos em família?).

A vida acontece no Rio de Janeiro e em São Paulo, é verdade, assim como na Paraíba, no Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas, Maranhão, Sergipe, Acre, Roraima, Rondônia, Mato Grosso...

Esse papo pode parecer mesquinho, mas não é. A idéia é tão somente refletir e questionar: quando o Brasil se tratará por igual? Quando a mídia será realmente imparcial? Quando seremos, enfim, uma nação de verdade?

Todavia, enquanto eu continuar enxergando o Brasil como ‘o país de um eixo só’, permanecerei movendo as engrenagens que me cabem – como escrever o que penso sobre esse assunto, por exemplo... E acreditando num amanhã melhor...

***

N. do E.: A charge no alto retrata o BBB8, ocorrido ano passado. Na ocasião especulou-se que a votação decisiva para escolher quem venceria o certame foi manipulada. Durante a votação o apresentador Pedro Bial afirmava que houve uma disputa acirrada e uma alternância constante da liderança. Porém como não havia um prazo certo para o encerramento da votação, a mesma teria sido encerrada apenas quando o paulista Rafinha se encontrava à frente da piauiense Gyselle.

Nunca levei BBB a sério, mas não duvido que isso tenha acontecido (quer dizer, aconteça).

No próximo post publicarei o segundo texto de Sidney sobre essa... digamos... "concentração de influência".

Um comentário:

  1. Esse post me deu uma saudade de algumas novelas em especial: Pantanal.

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