sexta-feira, 21 de maio de 2010

Lembrem-se do Tetra - Parte 2





17 de julho de 1994. Estádio Rose Bowl, Pasadena, Estados Unidos da América.

Depois de 24 anos de frustrações e descréditos o Brasil voltava a disputar uma final de Copa do Mundo. Estava de volta a confiança em finalmente se conquistar o tão sonhado Tetra, que nunca esteve tão perto de chegar, e mesmo aqueles que haviam desistido de acreditar voltaram a grudar os olhos na tela da TV naquele dia.

Mas alguns fantasmas dos últimos 24 anos vieram assombrar aquela disputa, como bem lembrou Galvão depois do jogo. O primeiro deles estava no vestiário adversário e vestia azul. Era a Itália, algoz do Brasil na Espanha em 1982. A simples lembrança daquela eliminação ainda causa calafrios na nação até hoje. E há de se lembrar do fantasma de 1950 que sempre assombra a seleção quando chega a uma final.

Durante o jogo e por várias vezes tomamos sustos seja com oportunidades perdidas seja com perigo de gol adversário. Passou o primeiro tempo e nada. passou o segundo e nada. O 0 x 0 persistente e o show de gols perdidos invocou outro fantasma, o da eliminação em 1990 em que tomamos um gol perto do fim, restando pouco tempo para se esboçar uma reação.

Veio a prorrogação e a igualdade se persistiu. Chega então um dos fantasmas mais célebres: o de 1986, quando fomos eliminados pela França perdendo pênaltis tanto no tempo regulamentar quanto na disputa final. A disputa começa e chegamos à quinta sequência de cobranças. Roberto Baggio, o melhor do mundo no ano anterior vai para a cobrança e, tal qual Platini em 1986, manda pra fora.


Brasil Quatro Vezes Campeão do Mundo.

O êxtase nas ruas foi tal de um jeito que há muitos anos não se via acontecer no país, e durou até a chegada dos jogadores ao Rio de Janeiro. Contribuiu para isto tanto o hiato de títulos como os contornos dramáticos e hollywoodianos que cercaram a conqusta. Suspense, insistência, superação, drama, suor, etc.


Roberto Baggio acabou tendo sua carreira vitoriosa resumida injustamente por aquele lance, mesmo depois tendo se redimido na copa seguinte. Por isso gostei da entrevista em que ele disse não guardar mágoas do Brasil ou de quem quer que seja e que, seja na América ou na Europa, todos o reconhecem como um vencedor, não como o cara que perdeu aquele pênalti.

E onde eu estava acompanhando isto tudo? Em casa, sentado no tapete da sala em frente á TV. Foi assim em todos os sete jogos daquela campanha, mesmo tendo arriscado perder um dos jogos (Brasil 1 x 1 Suécia) por estar na cadeira do dentista perigosas horas antes do início da tranmissão. E enquanto todos desceram pra rua pra comemorar fiquei ali sozinho porque sabia que veria algo inédito para alguém que tinha 12 anos naquela época: ver o capitão da seleção levantar a taça do mundo.

Era lá, no tapete, que eu estava guardando as mensagens, as imagens e as emoções que marcariam para toda a vida.

E vocês, onde estavam, o que fizeram, o que sentiram?

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