sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Um real por um sonho

Foto: Chico Porto/ JC Imagem

Fazendo coro aos colegas Tawid e Maura abro espaço para reproduzir matéria veiculada hoje no Diário de Pernambuco sobre a campanha Um real por um sonho e parte da matéria do Jornal do Commercio sobre o caso.

A emoção de ser solidário

Solidariedade // Jogadores do Náutico e do Santa Cruz vestem a camisa da campanha "Um real por um sonho" para ajudar a pequena Clara a fazer tratamento na China

Ana Paula Santos // Diario
anapaula.pe@diariosassociados.com.br


O Clássicos das Emoções já começou para alguns atletas do Náutico e Santa Cruz. Ontem à tarde, na sede alvirrubra, Eduardo, Vagner, Kuki e os tricolores André Zuba, Bilica e Wagner vestiram a mesma camisa: a da solidariedade.

Alvirrubros e tricolores se uiniram em torno da causa da pequena Clara. Foto: Juliana Leitão/DP/D.A Press
No peito, eles exibiam, sensibilizados, uma foto da criança Clara Costa Pereira, de um ano e quatro meses, que possui paralisia cerebral. Adversários no próximo domingo, quando se enfrentam pela sétima rodada do Pernambucano, eles abraçaram a campanha "Um real por um sonho", que os pais da menina criaram com o intuito de arrecadar verba que possibilite viagem para tratamento na China, com células tronco.

As camisas que os atletas dos dois clubes entrarão em campo no domingo vão estar autografadas e vão ser leiloadas no site de Clara (www.umrealporumsonho.com.br). Antes de passarem adiante o caso da garotinha, os atletas tomaram conhecimento do que é a paralisia cerebral, através de uma conversa com Carlos Edimar e Aline, pais da pequena. "Estou documentando tudo. Hoje ela não tem noção do que está sendo feito por ela, mas no futuro vai entender", adiantou Carlos, que ficou feliz com a receptividade dos clubes. "Não achei que fosse ser tão fácil. De imediato, eles se prontificaram a colaborar", acrescentou.

Por causa da paralisia cerebral, Clarinha teve sério comprometimento motor. Faz sessões diárias de fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia. O sorriso é espontâneo, porém, aleatório, mas cativou o volante coral Wagner, que não se cansou de fazer carinho nela. "Olha aí, tá vendo, ela não para de olhar para mim. Gostou do pretinho, não foi!", brincou. O goleiro timbu, Eduardo, não quis se arriscar a tomá-la nos braços. No entanto, falou da importância de atletas se engajarem em campanhas como esta. "Quando estava jogando em Belo Horizonte participei de campanha semelhante e isso me marcou para o resto da vida. Saí do treino e fui visitar umas crianças que tinham câncer em uma instituição chamada Madre de Deus. Pôxa, cheguei lá reclamando de cansaço. De repente, me deparei com a molecada rindo à toa e jogando vídeo game. Aquilo me desmontou", relembrou o camisa 1 alvirrubro.

O atacante Kuki, do Náutico, já se intitula embaixador de ações solidárias. Desde que chegou ao Náutico, em 2001, ele reserva um tempo para apoiar eventos e campanhas beneficentes. "Sempre procuro ajudar. Nós, que temos influência com o torcedor, precisamos dar essa contribuição", declarou Kuki.

No domingo, uma imensa faixa será exposta no estádio. Urnas para doação também vão estar espalhadas pelos Aflitos. Os pais de Clara esperam arrecadar o montante (cerca de US$ 80 mil) até abril. "O caso dela pede urgência. Ajudaria muito se ela se submetesse às aplicações antes mesmo de completar dois anos", frisou Aline.

- Mais informações sobre como ajudar Clara podem ser feitas pelos números 3249-3131 ou 8850-4603

Timbus e tricolores em causa nobre

Náutico e Santa Cruz fazem há 93 anos o famoso Clássico das Emoções. Porém, a partida do próximo domingo entre os dois tradicionais rivais nos Aflitos poderá ser chamada de o Clássico da Solidariedade. Quando entrarem em campo, alvirrubros e tricolores estarão unidos em prol da pequena Clara, de um ano e quatro meses, que nasceu com paralisia cerebral e luta para realizar um tratamento com células-tronco em uma clínica especializada em Pequim, na China. O custo do tratamento, incluindo voo para o país asiático e hospedagem, é de U$S 40 mil (cerca de R$ 92 mil).

Antes da partida, os jogadores dos dois times entrarão em campo vestindo a camiseta da campanha “Um real por um sonho”, promovida pelos pais de Clara e que já arrecadou até o momento cerca de R$ 53 mil. As camisas, com o número dos atletas e devidamente autografadas, serão leiloadas posteriormente no site www.umrealporumsonho.com.br. Os torcedores também poderão ajudar. Nas entradas das duas torcidas serão colocadas urnas para arrecadação de dinheiro.

Ontem, os alvirrubros Eduardo, Vágner e Kuki, e os tricolores André Zuba, Bilica e Wágner aderiram à campanha e conheceram a história de pequena pernambucana. “Já participei de outras causas como essa e é sempre gratificante. Esperamos poder contribuir para o tratamento da Clarinha”, afirmou o tricolor Bilica. “No meio do nosso dia a dia, recheado de competição, é tocante poder ajudar em uma causa tão nobre. Sempre fico muito feliz quando posso ajudar nesse tipo de campanha”, completou o goleiro timbu Eduardo.

O CASO

Clara Costa Pereira teve um parto complicado. A falta de oxigenação no cérebro da menina causou um dano neurológico. Clara passou 18 dias na UTI. “Na internet achei informações sobre o tratamento com células-tronco desenvolvido na China. Depois entrei em contato com familiares de pessoas que passaram pelo tratamento e a evolução que elas tiveram. O ideal é que Clara inicie esse tratamento antes de completar dois anos (em setembro)”, destaca o pai, Carlos Edmar Pereira.

A corrente para conseguir o dinheiro necessário para o início do tratamento iniciou no dia 19 de agosto. Analista de sistemas, Carlos criou e alimenta quase que diariamente o site www.umrealporumsonho.com.br, onde o internauta pode conhecer detalhes do caso de Clara e fazer sua doação. Além disso, poderá adquirir a camisa da campanha, ao custo de R$ 15 cada, acompanhar um gráfico com a evolução das arrecadações e saber sobre casos de outras crianças que se beneficiaram com o tratamento com células-tronco.

No orkut também há uma comunidade da campanha, que leva o mesmo nome do site. “Já foi visitado por mais de 100 mil pessoas, de mais de 70 países, de todos os continentes”, revela Carlos. “Já conseguimos a ajuda de muita gente, mas quanto maior a mobilização, melhor. Espero que o torcedor mostre seu lado solidário neste clássico”, completa a mãe, Aline Costa Pereira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário