terça-feira, 25 de maio de 2010

O colete

Fácil de usar e não tem este nome à toa.

Um colega de trabalho me mostrou um blogueiro que grava vídeos para colocar no vocêtubo (Flávio Gomes, adorei essa) falando ele mesmo de coisas do cotidiano. Começa falando de Rebolation e de como isso lhe dava vergonha alheia, depois vai emendando assuntos como sobre o jeito de se comportar de pessoas ricas, sobre o emprego dele de colorista de quadrinhos (e oferecendo vagas de emprego) e ensinando coisas prosaicas sobre como fazer café e arroz doce. OU seja, nada com nada.

Mas uma coisa me chamou a atenção além do fato de ele esculhambar (com meu apoio) quem gosta de rebolation. Quando ele foi falar dos ricos com uma definição que eu não faria melhor ele soltou a seguinte pérola:
  • Tem coisas mais importantes do que ser rico, como saber nadar.
Brincadeiras a parte para quem já fez a associação, na mesma hora me lembrei do naufrágio da lancha que ocorreu no lago Paranoá de sexta pra sábado. Garotada, churrascando, bebendo, foi dar um rolé de lancha pra curtir, aposto que com tantas preocupações como estar bonito, impressionar, ninguém deve ter se preocupado em botar coletes salva vidas, afinal barcos dificilmente afundam né? Por que iriam acontecer justo com eles?

Posso estar parecendo cruel mas há de se lembrar que, mesmo tendo somente três coletes para onze pessoas a bordo - o que já são dois erros - o relato dos jovens é de que apenas um dos rapazes o vestiu durante o trajeto e, mesmo assim, logo o tirou, porque na nossa cabeça ter esse tipo de precaução é coisa de gente paranóica e chata, que fica se preocupando com pouca coisa e é regrada demais, que só coloca o cinto no carro porque é obrigado e acha um saco ter que seguir tanta orientação quando vai viajar de avião.

Tantas coisas simples, que se tivesse msido seguidas teriam evitado uma tragédia. Coisas que se repetem todo dia e não aprendemos nunca. Só depois que alguém se machuca ou coisa pior.

Envio meus pêsames à família que perdeu suas duas filhas no Lago Paranoá e lamento que só no próximo fim de semana veremos gente de colete nos barcos que trafegam por suas águas. Depois todo mundo esquece do ocorrido e só quem vai nos lembrar de se preocupar com a segurança será o Batalhão Lacustre da Polícia Militar.

Para quem quiser se orientar pode clicar na imagem ali de cima, imprimir e levar para a embarcação. Não sem antes comprar os coletes em alguma loja náutica.

Um comentário:

  1. Isso é muito triste...me faz lembrar o descaso de muita gente, não só em Brasília, mas mundo afora, com os coletes salva-vidas em barcos, botes e similares. Anos atrás, eu e Humberto fomos à Porto Seguro e, ao fazermos um passeio de barco, ninguém usava os ditos cujos. Fiquei de cara...nem os responsáveis pelo passeio e os condutores do barco ligavam pra isso...e o pior é que é verdade mesmo: se a gente quer estar seguro e reclamar pelos coletes, muita gente te rotula de chato e paranóico.

    Não sei se lá ainda está assim, espero que não. Gostei do exemplo do passeio de barco no Rio Iguaçu (ou Iguazú), entre Argentina e Brasil, para ver bem de pertinho algumas cataratas. Todo mundo de colete, direitinho. Ninguém faz esse passeio se não o colocar. Deveria ser assim em todo lugar, não é?

    Bj,

    Sil
    esquinadasil.blogspot.com

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